Para criar um bom relacionamento com o cliente, é fundamental ter uma forte atuação em redes sociais como Facebook e Twitter, certo? Errado. O empreendedor que desejar interagir com o consumidor precisa ir além dessas mídias e criar a sua própria plataforma de relacionamento. É o que diz Aaron Shapiro, CEO da Huge, empresa que presta consultoria em marketing digital, e autor do livro “Users Not Customers: Who Really Determines the Success of Your Business” (editora Portfolio). Na visão de Shapiro, que é colaborador da revista Fast Company, as empresas ainda não estão aproveitando nem a metade do potencial da internet. “Se entendessem melhor os canais digitais, poderiam usar essa interação para fazer produtos melhores, elaborar um marketing mais efetivo e deixar os consumidors mais felizes.”
Segundo ele, o maior problema é que a maioria dos empresários ainda constroem todo o seu marketing digital em plataformas que não pertencem à empresa, espaços “alugados” como o Facebook e o Twitter. Perdem assim a oportunidade de lidar diretamente com os consumidores, sem intermediários. De acordo com o especialista, a primeira medida fundamental é criar o seu próprio site de e-commerce – acredite, muita gente ainda não chegou a esse ponto. “Não importa qual seja o seu produto, ele pode ser vendido online”, diz, citando como exemplos as americanas Blue Nile, que vende diamantes online, e a LegalZoom, que vende documentação pela rede.
Em segundo lugar, é preciso fugir da fórmula página-do-Facebook-e-perfil-no-Twitter. Shapiro diz que a maioria das empresas investem quantias significativas para conseguir que as pessoas sigam os seus perfis e curtam suas páginas. Na visão do executivo, isso é como reformar um apartamento alugado: você pode até tirar proveito dos benefícios, mas não é dono deles. E, a qualquer momento, o proprietário pode aumentar o aluguel: atualmente, as marcas têm de pagar ao Facebook para aparecer na maioria dos murais de notícias dos seus fãs. Em vez de gastar dinheiro com isso, diz Shapiro, seria bem mais efetivo investir na sua própria plataforma. Algumas empresas já estão seguindo esse caminho: entre os exemplos, estão a Nike, que criou a Nike+, e a American Express, que colocou no ar o American Express Open Forum.
O terceiro passo, segundo o escritor, é usar o Facebook e o Twitter – agora sim! – para divulgar a sua plataforma, aproveitando o grande tráfego dessas redes para promover o seu canal de comunicação com o cliente. A ideia é, sem dúvida, instigante. O que você acha? Está pronto para abandonar o conforto do Facebook e partir para a sua própria plataforma?