A Amazon estava prevista para desembarcar no Brasil em 1° de setembro. Está quase chegando! Mas talvez o prazo não seja cumprido: a briga entre Amazon e editoras nacionais está longe de acabar.
Segundo a Exame, grandes editoras não aceitam os termos agressivos da Amazon: desconto de 50% na compra dos livros, mais o direito de cobrar o quanto quiser por eles.
As editoras temem que, com isso, a Amazon abaixe demais o preço dos livros no Brasil. “Não queremos acordar amanhã reféns da Amazon”, diz à Exame o dono de uma das maiores editoras do Brasil. E esta preocupação existe há um bom tempo. Nos EUA, a Amazon conseguiu uma grande fatia do mercado com preços baixos – mas várias livrarias foram à falência com isso.
Pequenas e médias editoras, no entanto, parecem gostar da ideia de uma Amazon brasileira. A Xeriph, maior distribuidora de livros digitais do país, fechou contrato com a Amazon para distribuir e-books de 180 pequenas e médias editoras, donas de 4.000 títulos.
Mas a Amazon ainda não conquistou as grandes editoras. Enquanto isso, a concorrência avança. A Apple, que já vende livros via iTunes, concordou em vender e-books pelo preço definido pelas editoras, segundo a Exame. E a Kobo, grande loja de livros eletrônicos, desembarca no Brasil ainda este ano, trazendo inclusive seu leitor de e-book.
E o e-reader seria essencial na estratégia de vender e-books. Você pode ler em tablets, mas eles ainda são minoria no país (800.000 unidades vendidas em 2011). E as investidas nacionais em leitores de e-book não deram certo. Onde vamos ler, então: no PC? Ou no Kindle, que a Amazon pretende vender a preço baixo?
O mercado de e-books no Brasil ainda é pífio: teve faturamento de R$870.000 em 2011, ou 0,02% do mercado de livros no país. Com livros mais baratos, disponíveis para qualquer dispositivo, isto poderia mudar. Mas não vai, enquanto alguém não ceder. [Exame via Thiago Candido]