São Paulo — A AMD traz para o Brasil a segunda geração de APUs (processadores combinados com GPUs) no segundo semestre do ano. Chamada comercialmente de Trinity, a nova geração de APUs volta-se para notebooks, desktops e equipamentos, atendendo a todas as categorias do mercado de PCs — inclusive o de ultrabooks, aos quais a companhia se refere como “ultrafinos” porque se trata de uma comercial da concorrente Intel.
Há algumas modificações interessantes na Série A anunciada hoje, como o aumento no desempenho do processador (CPU) da ordem de 29%. Tal melhoria se deve aos núcleos baseados na arquitetura Bulldozer. A companhia chama oficialmente cada core de Piledriver. A tecnologia Bulldozer permite que um core Piledriver sobrecarregado transmita instruções para outro Piledriver, de modo que a resposta do sistema fica de acordo com a expectativa do usuário em termos de desempenho e de uso de energia elétrica. A técnica por trás desse comportamento foi denominada AMD Turbo Core e está na terceira versão. Ainda de acordo com a companhia, os cores combinados podem chegar à frequência de 3,2 GHz.
Todas as APUs de segunda geração, desde a mais simples até a mais completa (dual ou quad core), contam com a tecnologia AMD Radeon HD 7000 Series para o processamento gráfico no componente de GPU. De acordo com a fabricante, o desempenho pode subir até 56% em relação à primeira geração da Trinity. “Combinados, os núcleos de CPU e GPU garantem mais de 700 gigaflops de desempenho computacional”, informa material de divulgação fornecido pela AMD a jornalistas.
Característica geralmente associada aos produtos de silício da AMD, a economia de energia marca presença nas APUs desenvolvidas pela companhia. Todos os modelos da Série A voltados para PCs consomem 35w. Já os modelos para os “ultrafinos”, soldados à placa do notebook, consome de 17w no modelo A4 até 25w no modelo mais poderoso, o A10.
A AMD promete até 12 horas de autonomia de bateria nos notebooks que adotarem as novas APUs. É importante ressaltar, porém, que essa promessa se limita aos equipamentos “em descanso”.
Os modelos de APUs anunciados hoje ainda não têm preço definido nem data certa para chegar ao mercado. O foco da fabricante está nos OEMs, mas aquele pessoal que prefere montar o computador pessoalmente, peça a peça (não é o caso de notebooks), também poderá recorrer à Série A (ou Trinity, como preferir) para obter produtos de alto desempenho e custo reduzido, de acordo com a AMD.
Ultrabooks x ultrafinos
Não faltaram críticas para os ultrabooks no evento promovido pela AMD em São Paulo. O gerente-geral da AMD Brasil, Ronaldo Miranda, comentou que o conceito de ultrabooks está errado e que não faz sentido que um fabricante de chips determine as especificações mínimas para que um produto entre nesta categoria. A AMD adota a posição de coadjuvante no mercado denominado por ela como de “ultrafinos” (“ultrabook” é uma marca comercial da Intel).
Fazendo uma analogia à indústria automobilística, Miranda comentou que o motor não deve ser oferecido antes do carro. A crítica se volta diretamente para a Intel, fabricante de chips que inventou o termo ultrabook e força todos os parceiros a vender produtos deste tipo sempre informando que se trata de uma categoria específica com processadores produzidos pela Intel. De acordo com o executivo, os aparelhos com especificações rígidas demais não vingarão porque o bolso do brasileiro não é flexível e a população é pobre; não tem dinheiro para investir neste tipo de produto.
Aproveitando o assunto, recomendo que todos ouçam o episódio 18 do Tecnoblog Podcast. Nele comentamos sobre a história dos ultrabooks e o que esperar desses dispositivos.
AMD apresenta nova geração de APUs Trinity