A Apple divulgou os resultados financeiros do primeiro trimestre fiscal de 2013 (que são os três meses finais de 2012) e superou as próprias expectativas (mas não a de todos os famigerados analistas): a empresa bateu recorde no lucro, na receita e nas vendas de iPhones e iPads.
Foram vendidos 47,8 milhões de iPhones (23% de crescimento em comparação ao mesmo período do ano passado) e 22,9 milhões de iPads (33% de crescimento). Os números são ainda mais impressionantes considerando que o trimestre teve 13 semanas e a comparação é com o primeiro trimestre fiscal de 2012, que teve 14 semanas. Ou seja, foram mais dispositivos vendidos em menos tempo.
Sobre o rumor de que a Apple teria diminuído os pedidos de iPhone pela metade, Cook foi sucinto: “Quanto mais iPhones nós produzimos e entregamos, mais eles são vendidos. Eu sei que há uma série de rumores sobre cortes de pedidos. Mas creio que seria prudente questionar a precisão de qualquer rumor sobre planos de fabricação. E mesmo que a informação seja precisa, não é possível extrapolar — a cadeia de produção é muito complexa. Uma informação sozinha não é o suficiente para dizer o que está acontecendo”.
A empresa não detalhou quantos iPads e iPads minis foram vendidos, mas, pelo crescimento nas vendas bem quando saiu o modelo menor do tablet, podemos afirmar que o iPad mini está se saindo muito bem — Tim Cook disse que mais iPads mini não foram vendidos porque a empresa tinha um limite de produção que não teve como ser ultrapassado. Mesmo com a venda de 75 milhões de aparelhos com iOS no trimestre, o mercado financeiro esperava mais da Apple, e as ações da empresa, no momento, caem 5% no after hours da Nasdaq. O motivo, provavelmente, é o lucro, que apesar de gigantesco, diminuiu o crescimento desacelerado da empresa. Com uma margem de lucro menor em aparelhos como o iPhone 4, o iPhone 4S e o próprio iPad mini — que provavelmente figuram em números altos na divisão que a Apple não divulga –, era algo a se esperar. Mesmo assim, a Apple agora tem 137 bilhões de dólares em caixa, mais do que o PIB de 24 estados brasileiros.
Os Macs e iPods, por outro lado, não venderam tão bem – foram 4,1 milhões de Macs e 12,7 milhões de iPods, queda de 22% e 18% respectivamente nas vendas em comparação anual. A queda nos computadores é um pouco preocupante no contexto atual – é mais um indício de que, cada vez mais, os usuários preferem smartphones e tablets aos computadores tradicionais. Peter Oppenheimer, CFO da Apple, argumenta que o lançamento do novo iMac apenas em dezembro pesou na queda. Porém, questionado sobre uma possível “canibalização” dos Macs pelos iPads, ele disse que isso é mais uma oportunidade do que um problema para a empresa: “É uma grande oportunidade para nós. O iPhone canibalizou o iPod. Como iPad, nós temos todas as oportunidades. O mercado do Windows é muito maior do que de Mac. E eu digo há anos que o mercado de tablets será maior do que o de PCs. Nós veremos a linha convergindo em breve.”
A receita cresceu 17,7% em relação ao trimestre anterior e ficou em US$ 54.5 bilhões. O lucro foi de US$ 13.1 bilhões (pouca diferença em relação aos US$ 13,06 bilhões do último trimestre, mas ainda assim o maior resultado trimestral já registrado pela empresa) e os ganhos por ação foram de US$ 13,81. O lucro superou as expectativas da Wall Street, que projetava ganhos de US$ 12,8 bilhões e US$ 54,8 bilhões em receita. E também foi melhor do que a própria Apple esperava – a empresa previa US$ 11 bilhões de lucro e US$ 52 bilhões em receita.
[Apple, The Verge, The Next Web, TechCrunch]