Uma vez me disseram que um vídeo feito para ser visto na
internet não deveria ter mais que três ou quatro minutos. Quem ultrapassasse o
tempo recomendado certamente não alcançaria sucesso. Afinal, como diz NicholasCarr, em seu mais novo livro, somos uma geração superficial e incapaz de se
concentrar em uma atividade “séria” por períodos prolongados.
Por isso, nós profissionais da comunicação decidimos que
quando for para produzir material áudio-visual para internet ele terá de
respeitar estas tais normas. Ora, somos um público homogêneo e previsível, não? Quer dizer, isso na melhor das hipóteses. O que se vê, em
geral, são os veículos de comunicação colando as matérias televisivas em seus sites numa confusão de linguagens, texto dizendo o mesmo que imagem. Além
das empresas que, ainda hoje, se recusam a investir em conteúdo próprio para a
internet.
internet não deveria ter mais que três ou quatro minutos. Quem ultrapassasse o
tempo recomendado certamente não alcançaria sucesso. Afinal, como diz NicholasCarr, em seu mais novo livro, somos uma geração superficial e incapaz de se
concentrar em uma atividade “séria” por períodos prolongados.
Por isso, nós profissionais da comunicação decidimos que
quando for para produzir material áudio-visual para internet ele terá de
respeitar estas tais normas. Ora, somos um público homogêneo e previsível, não? Quer dizer, isso na melhor das hipóteses. O que se vê, em
geral, são os veículos de comunicação colando as matérias televisivas em seus sites numa confusão de linguagens, texto dizendo o mesmo que imagem. Além
das empresas que, ainda hoje, se recusam a investir em conteúdo próprio para a
internet.
Na semana passada, tive acesso ao vídeo Kony 2012, o qual
você provavelmente já deve ter visto. Já deve saber também que ele tornou-se o
viral mais rápido da história, pois alcançou 70 milhões de visualizações em
aproximadamente 5 dias. Pois bem, desta vez o que me interessa não é o fato de
ser uma iniciativa de uma ONG, de apontar para um mundo globalizado ou
demonstrar que as pessoas realmente se importam com o bem-estar da humanidade.
você provavelmente já deve ter visto. Já deve saber também que ele tornou-se o
viral mais rápido da história, pois alcançou 70 milhões de visualizações em
aproximadamente 5 dias. Pois bem, desta vez o que me interessa não é o fato de
ser uma iniciativa de uma ONG, de apontar para um mundo globalizado ou
demonstrar que as pessoas realmente se importam com o bem-estar da humanidade.
Falemos dos 29 minutos e 59 segundos de duração do vídeo.
Como assim? O vídeo tem meia hora de duração e foi um sucesso na internet? Foi
sim. Ah, mas devem ter feito uma versão com cortes… Não, não fizeram. Então
certamente é um vídeo muito engraçado, cheio de celebridades, certo? Receio que
novamente a resposta seja negativa.|
Como assim? O vídeo tem meia hora de duração e foi um sucesso na internet? Foi
sim. Ah, mas devem ter feito uma versão com cortes… Não, não fizeram. Então
certamente é um vídeo muito engraçado, cheio de celebridades, certo? Receio que
novamente a resposta seja negativa.|
É verdade, sim, que Kony 2012 tem um apelo emocional, mas
trata de um assunto invisível aos olhos da maioria, que envolve política, que
envolve algum engajamento e que é muito distante. Provavelmente, você não terá
contato com a população ugandense em sua vida. Não pretendo falar dos méritos do documentário ou o que o
levou a tornar-se o mais incrível viral da história. Hoje, me contento com o
fato de que é possível fazer um vídeo para a internet de 30 minutos e fazer com
que ele seja um sucesso.
trata de um assunto invisível aos olhos da maioria, que envolve política, que
envolve algum engajamento e que é muito distante. Provavelmente, você não terá
contato com a população ugandense em sua vida. Não pretendo falar dos méritos do documentário ou o que o
levou a tornar-se o mais incrível viral da história. Hoje, me contento com o
fato de que é possível fazer um vídeo para a internet de 30 minutos e fazer com
que ele seja um sucesso.
Felizmente, no mundo digital não pagamos ao YouTube pelo
tempo de exibição, ou seja, não devem existir regras. Se alguém as ditar, fuja
delas. Seu vídeo pode ter 15 segundos, 1 minuto, 5 ou 30, ou um dia inteiro. E
pode, sim, ser um sucesso, um viral. Felizmente, nós ainda não nos tornamos imbecis, pois ainda somos capazes de nos
concentrar durante 30 minutos vendo um filme que não é de comédia, ou lendo um
artigo, um livro, ou indo ao museu. A cibercultura está aqui para criar laços e
conexões dentro da cultura, e não para limitá-la.
tempo de exibição, ou seja, não devem existir regras. Se alguém as ditar, fuja
delas. Seu vídeo pode ter 15 segundos, 1 minuto, 5 ou 30, ou um dia inteiro. E
pode, sim, ser um sucesso, um viral. Felizmente, nós ainda não nos tornamos imbecis, pois ainda somos capazes de nos
concentrar durante 30 minutos vendo um filme que não é de comédia, ou lendo um
artigo, um livro, ou indo ao museu. A cibercultura está aqui para criar laços e
conexões dentro da cultura, e não para limitá-la.
Se você, Alien, ainda não viu o filme, por favor, faça-o agora:
Existem os vídeos de 30 minutos, mas existem também os de
um segundo. Verdade, na mesma semana de Kony nos aparece o anúncio da Fundação
Internacional OCD (transtorno obsessivo-compulsivo) que dura não mais que um
segundo. Quebrou a lógica de forma diametralmente oposta. Segue o anúncio:
um segundo. Verdade, na mesma semana de Kony nos aparece o anúncio da Fundação
Internacional OCD (transtorno obsessivo-compulsivo) que dura não mais que um
segundo. Quebrou a lógica de forma diametralmente oposta. Segue o anúncio:
A internet tem um lugar especial reservado para os
criativos. Citemos Steve Jobs: think different! Não obedeça às regras. Se
existe um mundo no qual há lugar para todo tipo de manifestação, ele é online. É possível fazer a diferença com um vídeo de um segundo
ou com um de trinta minutos.
criativos. Citemos Steve Jobs: think different! Não obedeça às regras. Se
existe um mundo no qual há lugar para todo tipo de manifestação, ele é online. É possível fazer a diferença com um vídeo de um segundo
ou com um de trinta minutos.
Olha a dica: se alguém te disser como algo deve
ser feito, faça exatamente o contrário. Deve funcionar. O mundo digital não foi
feito para a retidão, nem para os padrões, muito menos para o óbvio. Lembre-se: o contrário do excelente não é o péssimo, o contrário do excelente é o bom, o
médio e medíocre.
Por Giácomo Degani. Jornalismo / marketing / social media / cibercultura. @giacomodegani.
Via RSS de Blog Mídia8!
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