No conto “O Último Desejo”, que faz parte do livro de mesmo nome, o bruxo Geralt de Rivia descreve assim seu primeiro encontro com a feiticeira Yennefer de Vengerberg:
“O ar estava impregnado de cheiro de vinho azedo, frutas passadas e algo que lembrava uma mistura de perfumes de lilás e groselha”
Lilás e groselhas. Uma estranha mistura de fragrâncias vinda de uma flor e um fruto, mas que a partir de então iria trazer sempre algo intenso e agradável ao bruxo. Não é por coincidência que esse seja o nome da primeira missão principal em The Witcher 3: Wild Hunt – esperado RPG da CD Projekt lançado nesta terça-feira (19).
Geralt precisa achar Yennefer, mas no breve percurso até esse objetivo The Witcher 3 dá uma mostra do que esperar do jogo. Uma experiência intensa e agradável… como o cheiro de lilás e groselha.
Com pouco mais de uma hora de jogo, é possível aprender um novo minigame de cartas (e não saber direito como jogar), vasculhar um campo de batalha a procura de sobreviventes, caçar e enfrentar um grifo, saber da triste história de um caçador, entrar em uma “briga” de bar ou simplesmente não fazer nada disso e só explorar os arredores da vila de Pomar Branco para admirar o quanto esse jogo é bonito.
Eu estava jogando na qualidade média (o máximo que meu PC aguenta com um frame rate decente) e mesmo assim o visual de The Witcher 3 era de encher os olhos.
Nessas primeiras horas também é possível perceber que a CD Projekt Red precisou pesar na balança quais características já típicas da série deveriam continuar e quais deveriam ser, digamos, modificadas para facilitar a jogabilidade.
A diferença mais sentida é na criação e uso das famosas poções. Enquanto antes era preciso entrar no modo de meditação para tomá-las, agora parece que as mutações de Geralt evoluíram ao ponto de ele poder consumi-las no meio da batalha. E eu já ouço, lá de longe, o grito dos mais puristas reclamando da mudança, principalmente por parecer algo feito para melhorar a jogabilidade para a versão de consoles.
Fora isso, a exploração em área mais abertas, com mais cara de Skyrim, também aparece logo de cara. The Witcher sempre teve mapas abertos para serem explorados, mas eles sempre eram contidos nos capítulos do jogo. Já em The Witcher 3 é possível até mesmo voltar para áreas anteriores para terminar aquelas side quests deixadas de lado.