No mundo dos negócios, a estratégia de fazer amigos e tecer boas relações é apontada, há décadas, como um dos mandamentos para fazer sucesso. Tanto que o livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, escrito pelo americano Dale Carnegie em 1937, já está em sua 52ª edição.
Mas será que usar a inteligência emocional e não descuidar da diplomacia são táticas que sempre funcionam? Segundo o consultor e psicoterapeuta Alan Allard, elas só são efetivas para quem também sabe dizer não e se posicionar – mesmo quando isso significa contrariar os outros.
“Algumas pessoas confundem ser legal com ser agradável o tempo todo. Dizem ‘sim’ para tudo e cedem com muita facilidade”, escreve Allard em seu blog.
Para ele, ser o rei ou a rainha da simpatia pode ser prejudicial ao líder de uma empresa. “Se o empresário quer ter influência e causar impacto, precisa delimitar fronteiras, falar com confiança e não ter medo de ser rejeitado por seus valores e ideias”, afirma Allard.
Seu conselho para quem não gosta de desagradar é praticar o “não”. Ele conta que muitos empreendedores são bons em detectar as necessidades alheias. Mas é preciso ficar atento: quem percebe que atende a todos os pedidos deve parar para pensar em como isso toma tempo e afeta sua vida.
“Pratique o seguinte discurso: ‘Gostaria de te ajudar, mas no momento não posso’. É muito bom ser legal com os outros, mas sem fazer isso às custas de sua energia”, diz Allard.
O segundo passo é não ter medo de desapontar os outros. “Se você acha que um é projeto ruim, mas pode ser salvo, critique-o com convicção e apresente mudanças viáveis”, sugere Allard. “Quem se manifesta e defende suas ideias de maneira apropriada é ouvido com respeito.”