Combustível eficiente tornou-se uma preocupação primária para as empresas de aviação, cujas restrições orçamentárias só aumentam. A Boeing acredita que uma solução possível é o novo jato conceitual híbrido, que queima 70% menos combustível por voo com ajuda da rede elétrica local.
O design elétrico híbrido – chamado SUGAR Volt – surgiu a partir do projeto SUGAR (da sigla em inglês para Pesquisa de Aeronave Ultraverde Subsônica) que investiga e identifica tecnologias verdes viáveis para jatos que podem ser desenvolvidas até 2050 e são financiadas por um contrato com a NASA. Outras variações de design estão tentando usar hidrogênio ou células de combustível de metano como potenciais substitutos verdes.
O Volt, no entanto, parece ser o sistema mais prático que surgiu das pesquisas da Boeing, funcionando como um carro elétrico. Toda vez que ele está no aeroporto, ele é ligado à rede elétrica, carregando baterias armazenadas na barriga do avião. Motores com duas turbinas são movidos a combustível tradicional para a decolagem, mas assim que ele atinge uma certa altitude, o sistema é trocado pela energia elétrica para a maior parte do restante do trajeto.
Não apenas isso resulta em emissão zero para a maior parte da viagem, como também exige apenas 30% do combustível que uma aeronave tradicional precisaria e dobra efetivamente o alcance operacional das companhias aéreas. E, além disso, a envergadura do avião pode dobrar em relação dos atuais modelos comerciais, o que aumentaria a eficiência de energia e permitiria decolagens mais curtas.
Mas existe um motivo pro SUGAR Volt não estar disponível antes de 2030. Como de costume, o estado atual da tecnologia da bateria está travando o desenvolvimento. Como o pesquisador da Boeing Marty Bradley explica, a tecnologia da bateria “precisa melhorar muitas, muitas vezes em relação ao que temos hoje. As tecnologias estão sendo trabalhadas ao redor do mundo, especialmente nas indústrias automobilísticas e de eletrônicos. Precisamos alavancar esse trabalho para ver se conseguimos as melhorias que precisamos para a aviação.”
Isso explica em partes o motivo do Volt ter uma envergadura tão grande – para compensar a massa de todas essas baterias. E mesmo que o Volt em si nunca chegue a voar, você pode ter certeza que sistemas desenvolvidos a partir deste projeto vão, sim, tomar os ares. [Inhabitat – Clean Technica – Boeing – AV Web – IEEE – Aviation Week]