Ainda em beta, o projeto BitTorrent Bundle foi desenvolvido como uma plataforma de publicação online, feita por e para as pessoas. Artistas, músicas, designers, cineastas, escritores e qualquer um que queira promover e distribuir conteúdos criativos podem disponibilizá-los por lá para download. Com isso, evitam as limitações dos canais tradicionais e ganham maior liberdade artística para o conteúdo distribuído aos fãs.
Mês passado, por exemplo, a Madonna lançou seu projeto secretprojectrevolution pela plataforma. Em sua página foi disponibilizado o download de um filme de 17 minutos, dirigido por ela e Steven Klein, promovendo a iniciativa Art for Freedom, que busca a liberdade criativa e de opinião.
O projeto foi construído para retornar o poder para as mãos dos artistas – e não das ferramentas.
De forma similar, Marc Eckō, designer e fundador da revista Complex, também fechou parceria com BitTorrent para promover seu novo livro, Unlabel. Em seu Bundle, Eckō compartilhou ilustrações originais e em alta resolução, além de um vídeo com uma entrevista inédita e o primeiro capítulo do livro.
Outros grandes artistas também usaram o serviço recentemente, para promover projetos paralelos e lançamentos, como Public Enemy, Linkin Park e Pixies.
Voltamos ao princípio da rede, descentralizada, livre, peer to peer, onde cada nó produz, consome e compartilha entre si.
Mas a internet realmente precisa de mais uma plataforma de distribuição? Fazamos upload de vídeos no Youtube ou Vimeo, compartilhamos áudio e músicas no SoundCloud, qualquer um pode ser autor na Amazon, ou financiar um projeto via Kickstarter, Catarse e tantos outros. São boas e úteis ferramentas, e afirmam como estamos em um ótimo tempo para ser artista. O que parece é que o BitTorrent Bundle não quer substituir nenhuma destas opções, e sim complementá-las, nos dando novas opções.
De acordo com seus criadores, o projeto foi construído justamente para retornar o poder para as mãos dos artistas – e não das ferramentas. No Bundle, os fãs seguem e assinam novidades dos artistas, e não da plataforma. O que compartilhar, como fazer isso, quais dados usar e quais recolher, isso é controlado pelos donos do conteúdo. Aqui, voltamos ao princípio da rede, descentralizada, livre, peer to peer, onde cada nó produz, consome e compartilha entre si.
Bundle ainda está rodando em testes, sendo só o início de uma conversa muito maior sobre como conteúdo deve trabalhar online. O futuro da criatividade digital? Se perguntarmos para quem está por trás projeto, diriam que pertence a todos. Eu também acho.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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