Pequim está sufocada – como essas duas imagens mostram. À direita está o horizonte da cidade na segunda-feira, e à esquerda a mesma vista no dia 4 de fevereiro de 2012. A poluição não é apenas ruim para a saúde, ela também pode ter efeito para potencializar a mudança climática.
A fumaça densa tomou conta de Pequim durante o fim de semana, causando níveis de cinzas no ar, também conhecidas como carbono negro, além das expectativas. Alguns relatos colocam o nível de um tipo de partícula de fuligem do ar até 30 vezes acima do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde em algumas partes da cidade, e as admissões em hospitais estão aumentando.
Mas assim como prejudica a saúde, a fuligem tem efeito na mudança climática – e novos estudos sugerem que é mais potente do que imaginávamos. Tami Bond, da Universidade de Illinois, diz que o efeito do aquecimento é quase o dobro das estimativas, o que faria a fuligem o segundo maior aquecedor atrás do dióxido de carbono (Jornal de Pesquisa Geofísica: Atmosferas, DOI: 10.1002/jgrd.50171).
A boa notícia é que diferentemente do CO2, a fuligem fica no ar apenas por alguns dias, então ações para controlá-la podem ser antídotos rápidos, diz Bond. Uma medida dessas pode salvar vidas também. Estima-se que a fuligem mate 2 milhões de pessoas por ano, a maior parte delas por poluição causada por fogões de cozinha.
A New Scientist reporta, explora e interpreta os resultados das descobertas humanas no contexto da sociedade e da cultura, fornecendo uma cobertura ampla de notícias sobre ciência e tecnologia.