Um buraco negro gigante — com massa 12 bilhões de vezes maior que a do Sol — foi descoberto por um grupo de cientistas de Pequim, na China. Ele teria se formado relativamente pouco depois da explosão do Big Bang, o que põe em xeque uma série de teorias acerca do espaço, uma vez que os cientistas não sabem explicar como um buraco negro tão grande pode ter se formado tão cedo na história cósmica.
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Astrônomos, cientistas e pesquisadores da Universidade de Pequim, da Universidade Nacional da Austrália e do Instituto Carnegie, dos Estados Unidos, são os responsáveis pela descoberta. Eles nomearam o buraco negro de SDSS J0100+2802 e estudos concluem que ele se formou 900 milhões de anos após o Big Bang, que ocorreu há cerca de 13 bilhões de anos. A descoberta foi publicada na edição da revista científica Nature desta semana.
O buraco negro está localizado no centro de um quasar — objetos astronômicos menores que uma galáxia, mas maiores que uma estrela, que são considerados os grandes emissores de energia do Universo, podendo um único quasar emitir até 1.000 vezes mais luz que uma galáxia com cem bilhões de estrelas. De acordo com matéria d’O Globo, Xiaohui Fan, professor da Universidade do Arizona e um dos astrônomos responsáveis pela descoberta, um buraco negro tão grande quanto este abre caminho para o entendimento de como galáxias se formam em torno de buracos negros.
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A massa, 12 vezes maior que a do Sol, faz com que o buraco negro seja muito grande para caber nas atuais teorias que explicam como buracos negros se expandem, uma vez que elas não permitem o acúmulo de tanta massa em tão pouco tempo. Entenda: ao redor de um buraco negro existe o que astrônomos determinam de “disco de acreção“, uma névoa que superaquece conforme o material contido nela é direcionado ao horizonte de eventos, onde a gravidade do buraco negro se torna tão poderosa que nem mesmo a luz consegue escapar. Resumindo: a radiação desta névoa é tão forte que expele o material nela para longe do buraco negro, impedindo que o crescimento dele seja grande, o que torna difícil compreender como SDSS J0100+2802 cresceu tanto em tão “pouco” tempo.
E, agora que já descobrimos uma miniatura da nossa galáxia e um buraco negro teoricamente impossível de existir, será que falta muito para encontrarmos vida inteligente fora da Terra? [BBC, O Globo]
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