Você se lembra do Color? Era um app de fotografia diferente. Começou com uma ideia meio maluca de subir e compartilhar as fotos de todo mundo dentro de um determinado raio, depois virou um app genérico de fotos e vídeos e… bem, e agora corre o risco de não ser mais nada se um memorando vazado dizendo que a startup está prestes a fechar as portas estiver correto.
Seria mais uma entre tantas histórias de fracasso que surgem rotineiramente no Vale do Silício não fosse um detalhe bem importante. Antes mesmo de ser lançado, antes mesmo de conseguir seu primeiro usuário, o Color já tinha recebido US$ 41 milhões em investimentos. É uma grana altíssima para os padrões do mercado. Para colocar isso em perspectiva, o investimento inicial de Peter Thiel no Facebook foi de US$ 500 mil. O primeiro do Instagram, de apenas US$ 250 mil. Do Twitter, em 2007? US$ 5 milhões.
Mesmo com todo esse investimento, o app nunca decolou. Segundo dados do AppData, ele tem cerca de 460 mil usuários ativos. Parece muito (e é!), mas perto do bilhão do Facebook ou, para ficarmos no mesmo segmento, dos 80 milhões do Instagram, é bem pouco.
Um memorando do Color, enviado pelo VP de finanças, vazou ontem para a imprensa. Nele a empresa anunciava o fim das operações, ou algo assim. O mistério ainda está no ar (um porta-voz negou a informação momentos depois) e o rumor já chegou à Apple. Segundo “múltiplas fonte”, Tim Cook está levando a equipe de engenharia do serviço, composta por 20 pessoas (o que é quase todo o plantel da startup), para trabalhar em serviços na nuvem da Apple. As primeiras informações falavam em uma aquisição “na casa dos dois dígitos”, de mais de US$ 10 milhões. Segundo o AllThingsD, porém, o valor estimado é algo entre US$ 2 e 5 milhões. Nele não estão incluídos os serviços, a tecnologia, a marca, nada do Color. É uma aquisição de pessoal.
Ainda que nada disso seja verdade e que o Color siga firme, ele está longe de ser exatamente um sucesso. E isso diz muito. Ter um caminhão de dinheiro à disposição é um grande facilitador, mas não é garantia de que tudo dará certo. Às vezes uma boa ideia desenvolvida no dormitório da universidade com US$ 15 mil investidos por um amigo vinga, às vezes um empreendimento milionário naufraga. A vida e a tecnologia, essas sacanas. [AllThingsD]