Este ano é o 15° aniversário do Winamp. Durante esse tempo, ele passou de software essencial a um programa irrelevante do passado. O que deu errado para eles?
O Ars Technica tem um artigo muito bom que responde esta pergunta. Do artigo:
Antes do Winamp, não havia muito disponível além do Windows Media Player ou RealPlayer. Mas nenhum desses players conseguia, na metade dos anos 90, fazer algo básico tal como playlists, visualizações e skins personalizados, nem eram tão leves e eficientemente programados como o Winamp. Mesmo hoje, o instalador da versão para Mac tem só 4,2MB; em comparação, o instalador do iTunes para Mac tem absurdos 170MB.
O player Windows Advanced Multimedia Products (WinAMP) foi lançado ao mundo em 21 de abril de 1997. No ano seguinte, quando a empresa Nullsoft foi estabelecida formalmente, o Winamp virou shareware de US$10. Mas ninguém paga por shareware, certo? Errado.
“Nada ficava quebrado [se você não pagasse], não havia função a ser destravada”, disse Rob Lord ao Ars. “No ano antes de sermos adquiridos, nós recebíamos US$100.000 por mês de cheques de US$10 vindos pelo correio!”
Na verdade, o Winamp se provou um grande sucesso, e em muitas formas foi o software que popularizou o uso de MP3: era fácil criar, guardar e gerenciar arquivos MP3 com ele, tudo em um só programa. O sucesso foi tão grande que a AOL o comprou em 1999, por US$80 a US$100 milhões.
Aí o problema começou. A AOL tem um histórico horrível de aquisições: ela comprou o Netscape e ele acabou. E, sem dúvida, o Winamp perdeu o foco.
O instalador do Winamp começou a oferecer o Netscape, por exemplo. A AOL teve uma ideia bizarra de colocar um ícone “Assine Já!” na área de trabalho quando alguém instalasse o Winamp. Em 2002, a nova versão do player já não era mais tão leve e rápida quanto antes. Tudo isso ajudou a afastar o público, principalmente nos EUA.
Em 2004, os fundadores da Nullsoft abandonaram o barco, e no mesmo ano a AOL fechou a empresa; o desenvolvimento do Winamp foi para a sede da AOL. Mesmo assim, o Winamp não parou de atrair interesse: em 2007, ele contava com 90 milhões de usuários ativos – muitos eram brasileiros.
Hoje, são apenas 30 milhões. Mas ele não parou: o Winamp chegou ao Android em 2010, e ao Mac em 2011, e ainda rende um bom dinheiro à AOL. E Geno Yoham, diretor-geral do Winamp há anos, acredita que ele ainda tem boas chances, principalmente em mercados emergentes. Você ainda usa o Winamp? O artigo completo do Ars está no link a seguir: [Ars Technica]
Foto por uzi978/Flickr