Em 2006, a Suécia se tornou notícia por abrigar o Partido Pirata, organização que defende uma internet livre de amarras e que logo ganhou filiais espalhadas por outros países, incluindo o Brasil. Como se isso não fosse o bastante, agora o país nórdico também é o primeiro a reconhecer – quem diria – a pirataria digital (ou o compartilhamento de arquivos por P2P) como uma religião, chamada Kopimismo. Pois é.
Nesta quarta-feira a Igreja Missionária do Kopimismo foi reconhecida como uma religião de verdade pelas autoridades locais. Tal feito só foi possível depois que seu fundador e guru, o predestinado Isak Gerson, de 19 anos, apresentou ao governo uma lista com os nomes de três mil fiéis para que sua religião fosse oficializada junto ao estado sueco. A Igreja do Kopimismo já havia tentado obter reconhecimento oficial em outras ocasiões, sendo que sua última reprovação aconteceu em julho de 2011.
A nova religião acredita que toda comunicação e compartilhamento de informação é sagrado e deve ser respeitado. Além disso, considera que monitorar e espionar pessoas seja um pecado. “Nosso principal ritual é o ato de se conectar e copiar com cada um em busca de informação”, afirmou Gerson à Wired. “Sermos reconhecidos pelo estado apenas nos ajuda a fortalecer nossa identidade”, encerra.
Claro que o fato de ter a troca de arquivos pela rede entre seus dogmas não deixa os fiéis do Kopimismo livres para baixar conteúdo pela web sem serem incomodados por departamentos jurídicos de gravadoras e estúdios, mas Gerson diz que espera que tal característica seja levada em conta em “processos abertos no futuro”.
O jovem guru encerra dizendo que sua meta é “desenvolver as práticas” de sua religião, que tem os símbolos CTRL+C e CTRL+V entre seus símbolos sagrados.
Compartilhamento de arquivos via P2P vira religião na Suécia