Em meio à facilidade de copiar e colar inconsequentemente na internet, temos visto diversos blogs ou fan pages expondo os “criadores” de conteúdo que nada fazem além de copiar (sem dar os créditos, ainda por cima). Desde copiar uma frase da Wikipédia até roubar todas as fotos de outra blogueira e fingir que é você, a cópia tem se feito presente no universo internético. Tantas discussões já foram levantadas (temos alguns links reservados pra você no fim do post) e agora surge mais uma.
O Jeff Jarvis (que escreveu os livros Public Parts e What Would Google Do?) levantou uma excelente questão no post que ele fez no Medium, sobre Copyright e Creditright. Depois disso, migrou pra uma discussão no Google+ e mais tarde um post no blog dele, mas resolvemos reunir aqui as ideias principais pra você ver:
- Primeiro de tudo: o que é copyright? É a proteção contra cópias, correto? Mas se você for escritor, jornalista, pensador de alguma forma, quer que sua informação se espalhe, não fique apenas restrita ao seu blog, ao seu livro. A informação deve circular, mas você não quer “deixar de ser” o autor dela, por isso faz questão de ser creditado como fonte original. Seu problema não é com a cópia, é com a falta de crédito.
- Quando você se reapropria de uma ideia, deve fazê-lo da melhor forma possível. Cite ao máximo, não distorça as ideias e no fim, além de dar crédito, coloque links! É importantíssimo que a pessoa possa clicar pra ver onde está essa ideia originalmente, ou quem é o autor. Mesmo em revistas, segundo Jeff, deveria haver notas de rodapé com links para que o leitor fosse redirecionado ao conteúdo original.
- Uma ideia não é algo que é criada e copiada sob permissão, mediante pagamento. Uma ideia é algo que flutua livremente. Tudo o que precisa é de um endereço no espaço, no qual não importa onde ou como algo foi criado.
- Quando a gente vira cabeça-dura e não quer ninguém se reapropriando das nossas ideias a gente tá abrindo mão de uma das coisas mais importantes que é o relacionamento, ou networking. Você vai acabar perdendo oportunidades incríveis só por não deixar ninguém utilizar seu conteúdo. Quando alguém recicla sua ideia, você tem a oportunidade de entrar em contato com essa pessoa e pensar “o que podemos fazer juntos?” — Isso não quer dizer ganhar dinheiro, mas sim gerar novas ideias bacanas!
- Ele também fala do Tynt, um site onde você consegue medir o copiar+colar do seu site pra saber quem copiou, reutilizou, creditou e o que a pessoa criou com tudo isso. Não é incrível você ter noção do poder que suas ideias têm?
- Além disso, ele ainda apresenta a ideia de artigo embedável — o que possibilitaria que você continuasse ganhando dinheiro com a publicidade do seu blog no artigo de outra pessoa. Deu pra entender? Por exemplo, se eu escrevi um post e nele tem publicidade, se alguém quiser reblogar isso e embedar, minha publicidade vai junto, o que garante que eu continue ganhando dinheiro com o que produzi. É uma ideia muito revolucionária e parece difícil acreditar que as pessoas pegariam um código embed em vez de um simples copy+paste, mas com certeza é interessante.
- Portanto, a ideia de creditright deve ser protegida: a de que o autor deve sempre ser creditado. Assim, até mesmo o conceito de pirataria se modifica. O crime não é copiar e distribuir o conteúdo, o crime é ir contra as diretrizes que o autor estabeleceu nos seus direitos (como por exemplo, Creative Commons). O que significa que os autores que não possibilitarem a reutilização de sua produção serão tolos, segundo Jeff. Você deve, sim, liberar seu conteúdo pra que ele seja compartilhável, desde que você ainda consiga monetizá-lo.
- Por fim, devemos rever todo o conceito de patentes e copyrights. Ambos estão ficando ultrapassadas, cada um de um jeito. As patentes são usadas pra trancafiar práticas comuns, para que não possam ser usadas. Já o copyright é usado pra prevenir o compartilhamento e criação que é inspirado por qualquer coisa que tenha vindo antes dele. Por isso o creditright é o mais acertado: ele dá apoio pra que o copyright volte à sua função original, ajudando através da atual realidade tecnológica atual, a criação inspirada por outras criações.
E aí, o que achou? Sua cabeça também explodiu? Esse assunto de originalidade e criatividade tem sido super abordado recentemente, então dê uma olhada nas outras matérias que fizemos:
- Até onde vai o limite do plágio de humor na internet?
- youPIX Chat: O que é ser original e criativo na internet?
- Gina: Apenas indelicada ou kibadora de tuítes?
- Ctrl + C Ctrl + V de um grande @ = polêmica? (texto do Izzy Nobre)