Um dos criadores do protocolo TCP/IP, membro permanente do conselho do ICANN e evangelista do Google, o pesquisador Vint Cerf é considerado um dos pais da internet, ao lado de nomes como nomes como Tim Berners Lee. Apesar de seu papel fundamental na criação da rede, Cerf não acha que ela é tão importante assim.
Em um artigo publicado no jornal New York Times na semana passada, Cerf criticou a decisão da ONU que determina que acesso à rede é um direito humano fundamental. De acordo com o pesquisador, a internet tem apenas o papel de permitir a difusão de conhecimento.
“A tecnologia é um ativador de direitos, mas não um direito por si só. Existem altos padrões para determinar se algo é um direito humano. Devem ser itens que os seres humanos precisam para ter uma vida saudável e significativa, como proibição da tortura e liberdade de opinião. É um erro colocar qualquer tecnologia em particular nesta importante categoria. O tempo vai mostrar que estamos valorizando as coisas erradas”, escreveu Cerf à publicação americana.
Em seguida, afirma que os benefícios que a web traz são, na verdade, fundamentais e deveriam ser considerados direitos universais: “aprimorar a internet é uma das muitas maneiras, talvez a mais importante delas, para ajudar a melhorar a condição humana. Isso deve ser feito sob a ótica de preservar os direitos humanos e civis, sem a pretensão de tornar o acesso em si um direito”, encerra.
Criador do TCP/IP decreta: internet não é direito universal