A Cyanogen, empresa por trás da conhecida ROM CyanogenMod e do sistema operacional usado no OnePlus One, quer ser ainda mais independente do Android criado pelo Google. Estas são as palavras do CEO da Cyanogen, Kirt McMaster: “estamos tentando levar o Android para longe do Google.”
Muito ousado, Kirt. Muito ousado.
McMaster fez esta declaração durante o evento “A Próxima Fase do Android”, realizado pelo site The Information em San Francisco (EUA). Basicamente, McMaster quer viver em um mundo onde o Android é uma plataforma totalmente aberta até o núcleo, para que mais desenvolvedores possam criar serviços e plataformas altamente integradas ao sistema operacional.
Como aponta o Android Authority, o Google Now seria um exemplo de aplicativo que nenhum outro desenvolvedor poderia sequer sonhar em criar na plataforma Android. Ele exige uma integração muito profunda ao sistema, algo que o Google não permite a apps de terceiros.
McMaster e a Cyanogen querem resolver isso, criando uma plataforma baseada em Android na qual qualquer pessoa pode desenvolver, não importa se eles quiserem ir bem fundo no OS.
Como isso afeta o relacionamento deles com o Google? Bem, a empresa proíbe o uso de seus serviços oficiais – como a Play Store e apps do Gmail, Maps etc. – em variações (forks) do Android. A Amazon mostra que não é impossível ter sucesso com uma variante do robozinho – ajuda o fato de ela ter uma loja própria de apps.
A Cyanogen também aproveitou a oportunidade para anunciar planos de criar sua própria loja de aplicativos dentro dos próximos 18 meses.
Não é a primeira vez que a Cyanogen se revolta contra o Google. Em agosto, McMaster falou ao Re/code sobre “a tirania do Google”, sem entrar em detalhes: ele apenas disse que “todos no mundo querem um Android mais aberto”.
De todos os smartphones Android vendidos no mundo, 40% usam uma variante do sistema sem o aval – e os serviços – do Google. Eles são bastante populares especialmente na China. McMaster acredita que essa proporção pode subir para 50% a 70% nos próximos anos.
A ideia é intrigante. No curto prazo, a Cyanogen vai continuar a seguir os passos do Google. Mas, como diz McMaster: “hoje a Cyanogen depende um pouco do Google. Amanhã, não dependerá. Nós não seremos baseados em algum derivado do Google em três a cinco anos.” [The Information via Android Authority]
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