A noção que eu tenho de ideia fantástica retrocede o desenvolvimento da mirabolante gama proporcionada pela teconologia. Uma ideia sensacional é, para mim, aquela que funciona de forma simples e essencialmente útil no dia a dia das pessoas – ainda que ela precise de tecnologia para acontecer. O touch screen por exemplo é uma sacada instintiva e totalmente animal que exige da condição humana simplesmente a primeira forma de como aprendemos a nos comunicar com o mundo: através do toque. Desde pequenos precisamos mexer e sentir os objetos em nossas mãos para aprendermos a operacionalizar.
Apesar de ter um nome aparentemente “sofisticado”, o design thinking – tendência em investimentos de inovação – exige um investimento milionário em busca de ideias simples. Boas, mas simples. A emergência dessa abordagem surge em um mundo que “não temos mais nada o que inventar” e a necessidade comercial hoje é viver bem. De repente não nos interessa mais sermos “massacrados” pelo consumo sem pensar em nosso bem estar. E é esse o grande desafio de grandes empresas, governos e do próprio ser humano. O “chique” e o famoso agora é ser prático, simples e útil. E sobrevive nesse mercado quem tem a caixinha mágica de ideias, ou melhor, os que tem a caixinha e preferem pensar fora dela.
Referência mundial em inovação, a Ideo realiza e vende protótipos de ideias inovadoras para solucionar problemas de sustentabilidade e desenvolvimento de produtos que facilitem o dia a dia das pessoas.
E o que as redes sociais tem a ver com isso?
O processo de crowdsourcing (construção coletiva) não é nada menos do que uma base essencial desse processo. Mais inovador do que reunir um grupo para pensar em uma proposta inovadora para um problema comum a uma sociedade, é contar com ideias de todo o mundo. A construção colaborativa prevê uma parte do processo que conta com a opinião in loco de quem vive e compartilha do problema.
Aliás, as pessoas já fazem isso organicamente. Elas comentam, curtem, compartilham e realizam mobilização nas redes. Porque não pensar essas opiniões em propostas para soluções inovadoras? As campanhas de marketing nas redes já usam design thinking quando clamam a participação em troca de um benefício para a marca. A sacada é que no design thinking elas fazem isso por elas mesmas.
A metodologia trabalha em consonância com os princípios do crowdsourcing, pois parte da premissa de trabalhar sempre pelo coletivo e através dele, busca identificar um aspecto do comportamento humano e transformá-lo em benéfico para ele próprio. Trabalha com a colaboração, instiga as boas ideias e provoca mudança de atitude através do pensamento analítico e, principalmente, do pensamento intuitivo.
Antes de sair buscando respostas para os problemas, o design thinking busca fazer as perguntas certas. Tem como premissa que não existe apenas uma solução possível para um projeto, mas que deve sempre haver uma. Como resultado, busca trazer novos projetos que sejam ao mesmo tempo financeiramente interessantes (viáveis), tecnicamente possíveis de serem transformados em realidade (factíveis) e criem desejo nos usuários (desejabilidade).
Pare para ouvir
Portanto, antes de considerar os valores que são importantes para sua marca ou negócio, pare para ouvir o que é valor para seu público alvo. Já pensou que saber o que eles precisam pode ser muito mais assertivo? A tecnologia já faz a sua parte disponibilizando inúmeras ferramentas gratuitas para pensarmos coletivamente. E então, vamos fazer juntos?