Mais de 1 bilhão de pessoas estão no Facebook. Ainda que tenha um público gigantesco, a rede social não consegue produzir tanto dinheiro quanto gostariam seus acionistas. Para mudar este cenário, agora eles decidiram lançar uma rede de publicidade que extrapola o domínio facebook.com. Sim, o Facebook prepara um concorrente para o AdSense, programa de publicidade que garante a maior parte da receita do Google.
Bem notou a revista Forbes ao noticiar a mudança na política de privacidade. O Facebook anunciou alterações no documento que rege sua relação com os dados de usuários na semana passada.
Anteriormente, a documentação permitia exibir anúncios em páginas externas desde que houvesse “contexto social” para tal. Com as modificações recentes, a rede social fica livre para exibir qualquer tipo de publicidade em páginas de parceiros, não importando se há “contexto social”.
“Tudo o que você faz e diz no Facebook pode ser usado para exibir anúncios”, disse a executiva responsável por privacidade no Facebook. De acordo com Erin Egan, publicidade gerada por tecnologia do Facebook poderá aparecer em outros sites, ainda que seja baseada na atividade dos usuários dentro da rede social.
O Facebook não anunciou nenhum produto concorrente do AdSense até o momento. Evidências nos documentos de privacidade mostram que o caminho está livre para o momento que decidirem partir para este tipo de atividade comercial.
Dados de usuários são, em última instância, a maior mercadoria que empresas como Google, Facebook, LinkedIn e outras empresas eletrônicos podem oferecer aos anunciantes. Quanto mais se sabe sobre um indivíduo, maior se torna o poder de segmentar e incrementar anúncios para que atendam exatamente seus interesses.
O perfil no Facebook tem se tornado, pouco a pouco, a identidade digital de parcela dos usuários. Sites como o Tecnoblog permitem e incentivam que o leitor faça comentários usando a conta na rede social. Assim fica mais fácil filtrar os trolls e os haters das pessoas que não se incomodam em associar uma opinião à sua real identidade. Da mesma forma, as redes sociais agregam um grande volume de informações referentes aos gostos daquela pessoa. Curtir uma página no Facebook ou Google+ significa mais do que simplesmente recomendar aquele produto – demonstra o interesse no assunto, o que certamente ajuda na segmentação de anúncios.
Estamos chegando a uma realidade na qual o Big Brother previsto por Orwells não assusta mais. A diferença fica por conta do detentor das informações do usuário. Em vez de fazer dos dados propriedade do governo, eles ficam espalhadas em centros de dados (datacenters) de companhias multinacionais. Estas empresas seguem ou não (saberemos algum dia?) certas regras de acordo com seus interesses comerciais.
Detalhes da sua vida ajudarão o Facebook a ganhar mais dinheiro