Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Antes de tudo, vamos deixar algo bem claro: tamanho não é documento. Creio que sobre isso não existe discordância (é o que imagino), e quando classifico um negócio como grande ou pequeno, me refiro a sua expressão como empreendimento e não ao porte do seu escritório ao número de funcionários ou ao elenco de ideias (as vezes meros palpites sem embasamento). Trata-se, então, de valor agregado, posicionamento, originalidade, capacidade de gestão e competência.
No entanto, seguindo a coerência do conceito, o fato do seu escritório ser um ovo, dispor de dois colaboradores e dois sócios e empenhar um projeto único, ambicioso, inovador e consistente, não significa que tenha atingido o nirvana dos empreendimentos de grande relevância.
Esse estado se conquista, e não depende de sinais aparentes, ou talvez esteja mais próximo de atitudes comuns, porém dotadas de alto poder solidificador, mesmo porque o universo empresarial não é constituído apenas de colossos do empreendedorismo ou de produtos e soluções revolucionárias em termos de tecnológica e consumo. Para se obter esta constatação, sugiro uma volta pelo quarteirão com uma boa conversa com o padeiro bem sucedido da esquina.
Sendo assim e colocando os pés no chão, deixar de ser pequeno, significa:
1- Ter a clara consciência de que inovação não significa necessariamente inovação tecnológica, mas pode estar perfeitamente ancorada em novos métodos, ou aos cuidados básicos do dia-a-dia, que no final das contas fazem toda a diferença;
2- Manter a estrutura administrativa, documental e contábil em perfeita ordem e constantemente verificada. Ela é tão importante quanto a sua capacidade de gestão negocial ou de inovar.
3- Construir um negócio rentável, que permita não apenas as reservas para o reinvestimento, mas também a legítima recompensa dos sócios por meio da distribuição de lucros.
4- Conquistar a capacidade de crescimento por meios orgânicos, sem depender necessariamente da inserção de investidores de risco.
5- Avançar com consistência e perseverança, sem se abalar pela última modinha de gestão, ou pelos sinais aparentes de sucesso dos concorrentes.
6- Não se deixar influenciar pelas pressões sociais e comportamentais para que o seu escritório se adapte imediatamente às tendência do momento, aquelas mesmas que deixarão de ser tendência no horizonte de dois ou três meses.
7- Manter taxas, impostos e compromissos financeiros em dia.
8- Desenvolver uma equipe engajada, profissionalmente madura, estável e confiável.
9- Ter um planejamento detalhado, bem elaborado que seja levado a sério.
Como última dica, recomendo atuar de forma que a ética deixa de uma vez por todas de ser uma expressão de marketing, ou performance vazia. Atue com ética e ponto final, sem que isso necessite ser anunciado. Tenha certeza de que o seu silêncio gritará na mente de clientes, fornecedores, funcionários e concorrentes.
Boa sorte e até o próximo.
Gustavo Chierighini, da Plataforma Brasil
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