Como nosso foco é no produto final, não temos costume de noticiar fatos corporativos como “fulano comprou ciclano”, mas essa merece, principalmente pelo grande impacto que terá nas indústrias criativas em diversas instâncias.
A Disney acabou de anunciar que fechou acordo de compra da Lucasfilm, por mais de 4 bilhões de dólares. A jóia da transação? A franquia “Star Wars”, é claro, com o próprio release oficial citando o lançamento de um novo filme da série em 2015.
Até onde sei, o mercado não esperava por esse negócio, mas a decisão se encaixa perfeitamente com a estratégia multi-cultural da Disney, centrada no cross-over depois da revolução implantada na empresa por Michael Eisner nos anos 1990.
As franquias são fundamentais para a casa do Mickey Mouse, que transforma filmes em uma lógica invariável que os leva para parques temáticos, teatro, desfiles, produtos de toda sorte, livros, televisão, videogames, shows em navios de cruzeiro, e tudo o mais onde a diversão em família possa estar.
Disney quer produzir um novo filme “Star Wars” a cada 2 ou 3 anos.
Quem já reclamava da forma como George Lucas espremia seus produtos, licenciando a sua maior criação praticamente sem critérios, agora vai ter que lidar com a fome da Disney em aproveitar o universo “Star Wars” em todas a suas áreas de atuação. Eisner implantou a integração vertical da empresa, onde suas filiais e produtos culturais respondem diretamente para a marca-mãe. Ele saiu, pressionado por criativos, mas seu legado e filosofia continuam.
Dona da Pixar (comprada por 7.4 bilhões em 2005), da Marvel (comprada por 4 bilhões em 2009), da ESPN, do canal ABC, da Touchstone, da Miramax, de mais de 900 filmes em catálogo, 140 Oscars, e agora da Lucasfilm, o império da Disney parece imbátivel como uma das maiores multinacionais do entretenimento.
“Esta transação combina um portfolio mundial que inclui Star Wars, uma das maiores famílias de franquias de entretenimento de todos os tempos, e a criatividade única e sem paralelos da Disney através de múltiplas plataformas, negócios e mercados para gerar crescimento sustentável e trazer significativo valor a longo prazo”
Palavras acima de Robert A. Iger, CEO da Disney, publicadas no release. Aliás, para quem se interessar pela história cheia de intrigas da empresa, e principalmente pela atuação de Michael Eisner, recomendo o livro “Disney War”, de James B. Stewart.
Já George Lucas, declarou que é hora de passar “Star Wars” para as mãos de uma nova geração de cineastas. Muitos fãs não irão aprovar a notícia, mas outros tantos devem estar se sentindo aliviados.
[Atualização] No vídeo abaixo, George Lucas fala sobre sua aposentadoria, que entra agora em uma nova fase da vida que não envolve o mercado cinematográfico, e o futuro da franquia “Star Wars”.
Posts relacionados:
- Agora que “Star Wars” é da Disney, o que Darth Vader vai fazer?Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | AnuncieVia RSS de Brainstorm #9
Comente este artigo