Para boa parte deles, o apoio vem de dentro de casa. Mas ainda falta mais das universidades.
Imagem: Cameron Herold (TED)
Este estudo foi desenvolvido pela Endeavor e possui duas partes principais: pesquisa com professores de cursos de empreendedorismo e pesquisa com estudantes universitários brasileiros. Professores de 16 universidades brasileiras responderam a um questionário e suas respostas foram comparadas com os resultados preliminares do The Entrepreneurship Education Project referente às universidades.
Um total de 604 estudantes universitários brasileiros, representando 3 regiões brasileiras (Sul, Sudeste e Nordeste), responderam perguntas referentes à sua exposição ao empreendedorismo, suas aspirações, confiança em suas capacidades e resultados que esperam ao abrir uma empresa.
Os dados que fazem parte do The Entrepreneurship Education Project: Enhancing entrepreneurial self-efficacy and identity in the classroom, cujos responsáveis e diretores são o Professor Doan Winkel, Illinois State University, e o Professor Jeff Vanevenhoven, University of Winsconsin. Mais de 80 universidades espalhadas por 40 países participam do projeto.
Alguns destaques da pesquisa:
- As universidades brasileiras não estão conectadas ao mercado. Enquanto 71,4% das universidades no mundo convidam palestrantes focados em empreendedorismo/empreendedores, apenas 6,3% das brasileiras tem essa prática;
- Os estudantes de empreendedorismo se sentem mais confiantes para empreender do que seus colegas que não cursaram disciplinas sobre o tema. Entretanto, estudantes que não cursaram empreendedorismo estão mais interessados em abrir um negócio;
- Os cursos de empreendedorismo que são mais oferecidos tanto no mundo quanto no Brasil são os de introdução ao empreendedorismo. Entretanto, os cursos mais oferecidos em segundo lugar no mundo são os voltados para criação de novos negócios, enquanto entre as universidades brasileiras este lugar é ocupado pelos cursos de criatividade e inovação.
O que a Endeavor recomenda:
- Cursos mais práticos : os cursos de empreendedorismo no Brasil devem ser mais práticos. Nota-se que comparado às universidades no mundo, as universidades brasileiras não focam tanto em cursos que desenvolvam atividades práticas nos estudantes;
- Cursos mais conectados ao mercado: ao contrário do que ocorre no mundo, as universidades brasileiras não oferecem palestras focadas em empreendedorismo. Convidar empreendedores para falar aos estudantes faz com que estes se tornem mais familiarizados com o mercado;
- Oferecer e promover cursos de empreendedorismo para todos: os cursos de empreendedorismo precisam ser mais conhecidos nas universidades. Como visto, entre os estudantes que não tiveram contato com o empreendedorismo muitos querem ter seu próprio negócio. As universidades brasileiras não possuem muitos endowments como forma de oferecer cursos. Estes recursos poderiam contribuir para o aumento e melhoramento das disciplinas de empreendedorismo;
- Apoiar mulheres através de modelos e ferramentas específicas e assim prepará-las para empreender: apesar de desejarem menos do que os homens as mulheres também querem empreender. A confiança dessas estudantes pode ser aumentada através de modelos. Inspirando-as podemos aumentar a vontade delas em empreender e assim elas começarão a se preparar mais.
Confira mais informações, números, tabelas, informações no documento que a Endeavor está enviando para a imprensa.