Acabou o mistério. Digo, acabaram os mistérios. Aquele viral que deve ter aparecido no seu Facebook, “Perdi meu amor na balada”, revelou-se a campanha de lançamento do Nokia 808 PureView, o smartphone com super câmera da Nokia. O preço? R$ 1.999. Ai.
O preço que a Nokia estipulou para o 808 PureView é surreal. Ele está acima de praticamente todos os smartphones vendidos no Brasil, no nível de aparelhos de ponta como Galaxy S III e iPhone 4S. São dois mil Reais. Justifica? O marketing da Nokia diz que sim, pela câmera de 41 MP. Ela é excelente, mas não é tudo.
O 808 PureView roda Symbian, sistema arcaico e já condenado pela própria Nokia. Com exceção da câmera, ele é um aparelho no máximo mediano. E se câmera é algo tão importante assim, compensa mais pegar um smartphone mid-range e uma compacta de boa qualidade — perde-se em convergência, mas ganha-se muito mais em valor agregado, custo/benefício, qualidade final, [insira aqui outro termo que quiser]. Sério, Nokia, não dá.
Aos interessados (alguém? alguém? ninguém?), haverá uma extensão do ~viral. Quem ligar para o número da tal Fernanda será encaminhado para uma central de vendas e, se fizer a pré-compra, ganhará uns brindes bacanas (os 20 primeiros levam um Purity HD Monster; os 40 seguintes, cartão microSD de 32 GB). Nas lojas da Nokia, a oferta vale para os cinco primeiros compradores, que levam os mesmos fones de ouvido. A grande dúvida é se esse brindes serão todos distribuídos ou se irão encalhar. As vendas começam nas próximas semanas, e o aparelho estará disponível apenas na cor preta.
Ficam as lições. Para a Nokia, de que nenhuma câmera de celular, por melhor que seja (e a do 808 PureView é bem boa), justifica pagar R$ 2 mil num Symbian em 2012. Para nós, a de anotar no celular o telefone da menina da balada. E nem precisa ser o 808, qualquer Nokia lanterninha faz o serviço.