No final de 2011, durante uma apresentação no TEDxWomen, a jornalista americana Gayle Lemmon mandou uma mensagem clara: as mulheres são grandes empreendedoras e querem ver seus negócios crescer. Mas, para isso, é preciso parar de pensar pequeno. Enquanto rodava pelo mundo e escrevia reportagens sobre empreendedoras desconhecidas, Gayle percebeu que elas não tinham o devido reconhecimento de suas comunidades. Em uma dessas viagens, ela chegou a ouvir de um funcionário do FMI que a única mulher de negócios que encontraria na Bósnia seria aquela que vendia queijos na beira da estrada – um dia depois, conheceu a dona de uma fábrica de costuras em Sarajevo que empregava outras 20 mulheres.
Outro ponto de vista interessante sobre o assunto pode ser conferido em um artigo recente de Vivek Wadhwa, colunista da revista Inc., no qual ele relata as dificuldades de empreendedoras atuantes no Vale do Silício. Especialista no mercado de startups de tecnologia e inovação, ele conta que ao se encontrarem com investidores locais, as americanas continuam tendo que responder perguntas como: “Quando você pretende ter filhos?” ou “Por que ele não é o CEO?”.
Ainda nos Estados Unidos, segundo um levantamento do Departamento de Comércio publicado em 2010, companhias geridas por pessoas do sexo feminino costumam começar com uma média de capital inicial 64% menor que as demais. Mas onde será que estão as origens de tanta disparidade? Sobre essa questão, Gayle tem uma teoria interessante: depois de tanto tempo sendo diminuídas, as mulheres passaram subestimar suas próprias capacidades. Desse modo, elas precisariam começar a mudar a maneira como se enxergam, para que os outros comecem a fazer o mesmo. Pensar grande. Talvez esse seja um bom começo para um cenário de negócios mais equilibrado.