É oficial: o pau de selfie é a sensação do verão 2015. Se você abre o Instagram, passa por algum ponto minimamente turístico ou vê pessoas em bandos, grandes são as chances de topar com o acessório. Embora tenham virado febre no Brasil, o que muitos não sabem é que a maioria desses produtos à venda por aqui é irregular.
Por terem conexão Bluetooth, os também chamados selfie sticks precisam ser homologados pela Anatel. É o mesmo que acontece com smartphones, tablets e qualquer outro “equipamento, aparelho, dispositivo ou elemento que compõe meio necessário ou suficiente à realização de telecomunicação” – isso está, com outros detalhes, no anexo à Resolução nº 242 da agência. Mas do mar de paus de selfie em uso no Brasil hoje, apenas um modelo cumpre essa exigência: o Selfie Stick da australiana Kaiser Baas.
O produto custa R$ 249, bem mais que a média de R$ 100 das versões alternativas, mas promete qualidade superior e, claro, a bênção da Anatel. À Exame, Victor Sebastian, chefe de operações da Kaiser Baas no Brasil, garante: “o nosso [produto] tem mais qualidade”. E ele reclama também da concorrência, afinal a diferença de preços, ainda mais em um produto relativamente simples como esse, acaba muitas vezes falando mais alto mesmo que o discurso dele sobre qualidade seja fundamentado – os piratas/ilegais são realmente ruins.
A grande questão é como combater o comércio dos paus de selfie irregulares. Aquela mesma resolução da Anatel prevê sanções a quem vende equipamentos enquadrados na exigência da homologação, o duro é encontrar as tais “fabricantes”, ou os vendedores-formiguinha que fazem seu trabalho em sites como MercadoLivre e OLX, sem falar nos grupos de vendas no Facebook. Não somos os únicos com esse problema: o governo da Coreia do Sul também declarou guerra ao pau de selfie não homologado e acabou enfrentando a ira dos sul-coreanos que só querem fazer suas selfies em paz.
Apesar de infeliz com a situação, Victor, da Kaiser Baas, está confiante de que a tendência resistirá no mínimo até o Carnaval e dobrou a aposta nela. Hoje, o Selfie Stick é vendido apenas pelo site da fabricante e nas redes Angeloni e Condor, que operam no sul do Brasil. A expectativa da empresa é que até março a distribuição do produto no varejo chegue às cinco regiões do país. [Exame]
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