Caramba, que agonia é assistir ao vídeo abaixo. Feito pela AAA Foundation, ele mostra como jovens são distraídos ao volante. Eles focam o olhar no smartphone para enviar mensagens, ignoram carros enquanto falam ao celular, e muitos deles simplesmente não prestam atenção na via. O vídeo permite uma visão lado a lado do que estes motoristas estão fazendo e do que acontece na pista.
Nos EUA, a idade mínima para conduzir um veículo é de 16 anos; em alguns estados, como o Novo México, até mesmo adolescentes de 15 anos podem dirigir, mesmo que com uma série de restrições. O estudo da AAA se concentrou nas pessoas entre 16 a 19 anos, responsáveis pelo maior número de colisões em qualquer faixa etária. As informações são assustadoras:
A análise sem precedentes do vídeo mostra que a distração foi um fator em 6 das 10 colisões envolvendo adolescentes classificadas de moderadas a severas, o que é quatro vezes mais do que as estimativas baseadas em relatórios policiais.
Pesquisadores analisaram os seis segundos antes de cada colisão em cerca de 1.700 vídeos de adolescentes dirigindo. O resultado mostrou que a distração foi o motivo da batida em 58% dos casos avaliados no estudos, incluindo 89% de batidas fora da pista e 76% de colisões em traseiras de outros veículos.
O conteúdo do vídeo é tão chocante que quase não acreditei que ele fosse real, mas a AAA diz que eles chegaram a examinar 6.842 vídeos de adolescentes dirigindo, todos providenciados pela Lytx, empresa que avalia riscos de direção. Assista:
No Brasil, só podemos dirigir após os 18 anos de idade, diferente dos EUA. Mas temos um problema semelhante: nos últimos anos, quase 20% dos óbitos de jovens foram em acidentes de trânsito, contra apenas 3% entre a população não-jovem. O número de mortes no trânsito entre jovens aumentou 45% entre 2000 e 2012, segundo o Mapa da Violência mais recente.
O Brasil tem a sétima maior taxa de óbito de jovens em acidentes de trânsito: são 29,3 mortes por 100 mil, valor menor apenas que em países como Venezuela, Suriname e Paraguai – e quase o dobro que nos EUA. O risco de perder a vida, ou tirar a de alguém, é grande, então todo cuidado é pouco.
A AAA também produziu um infográfico que mostra que o celular nem é a principal razão dos acidentes nso EUA, e sim conversar com o passageiro: