É preciso um tipo muito específico de sensibilidade para viver nas ruínas de um regime monstruoso, mas os colecionadores de arte Karen e Christian Boros são assim. O casal vive com seus filhos em um antigo bunker de paredes de concreto criado originalmente para abrigar 3.000 pessoas durante ataques aéreos em Berlim em 1942.
Essa é a Residência Boros, um bunker de 3.000 metros quadrados em Berlim que agora abriga os Boros e seus filhos, que vivem em uma cobertura projetada por Jens Casper. No vídeo abaixo, encontrado pelo ArchDaily, encontramos a família e iniciamos uma turnê pela sua casa, o que inclui uma imensa quantidade de arte, tanto contemporânea quanto de outras épocas, incluindo pinturas de Maria e Jesus que pertenceram ao primeiro Papa da família Médici (e, segundo Christian, eram “provavelmente pornográficas demais, por isso foram vendidas pelo Vaticano”).
Gili Merin, do ArchDaily, conta um pouco da história da construção:
Em caso de ataque, o bunker, com paredes de 180cm e um teto com três metros de profundidade, consegue abrigar e proteger 3.000 pessoas sentadas distribuídas por seus cinco andares. O design de Karl Bonatz seguiu as diretrizes de Albert Speer, o arquiteto-chefe do Terceiro Reich e membro do círculo de Hitler. Nos anos seguintes à queda do regime nazista, o bunker teve diversas funções – um armazém de frutas tropicais (conhecido localmente como “Banana Bunker”) ou então festas techno nos anos 1990 – até ser fechado pela polícia em 1995.
Para quem visita Berlim, algumas das galerias dos seus 80 quartos são abertas ao público.
Já vimos antigos bunkers serem convertidos em diversos tipos de espaços nos últimos tempos. Um antigo bunker nazista em Hamburgo, por exemplo, foi reaberto como uma usina de energia renovável. Viver em um desses lugares, no entanto, é uma ideia completamente diferente. [Freunde von Freunden; ArchDaily]
Imagem de topo: Ailine Liefeld para Freunde von Freunden.
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