O Gizmodo Brasil recebeu a informação de uma fonte confiável que hoje, desde o início da manhã, a fábrica da Foxconn em Jundiaí está em greve. Mas, bem diferente da China, aqui não estamos falando de suicídios, turnos gigantescos de trabalho e outras questões que vimos com frequência por lá: aqui o problema é a alimentação.
Segundo nossas fontes, a empresa que administra o refeitório da filial de Jundiaí da Foxconn teve que ser trocada após reclamações dos funcionários. O problema é que a nova empresa só começa a operar na próxima segunda — e isso foi o suficiente para que o caos se instaurasse. O relato é de que ontem o almoço na fábrica foi “calamitoso”, já que a administração atual, que já sabe que será trocada, “abandonou” a cozinha.
Pode parecer menos se comparado aos casos recentes da Foxconn na China, mas pense bem: a unidade da empresa em Jundiaí fica à beira da estrada, no meio do nada. Ter péssima alimentação, ou alimentação escassa, é um problema grave para uma linha de produção com muitos funcionários. E a reclamação dos funcionários não é de hoje: em abril deste ano, eles ameaçaram entrar em greves por “más condições”, o que incluía as péssimas condições alimentícias. “Não havia água sequer para fazer comida”, disse Evandro Santos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí e Região, ao Estado. À época, a empresa ofereceu melhorias e a greve foi cancelada.
Dessa vez, eles não se acalmaram. A direção da fábrica sem dúvida já está se movimentando para acabar com a greve — pode ser ainda hoje, pode ser apenas na segunda-feira — e melhorar a situação deve melhorar para o prato dos funcionários da Foxconn, linhas de produção de HP e Dell estão paradas. Devemos ter mais informações sobre o caso em breve.
Atualização (15h30): Como esperado, a Foxconn tomou uma atitude, e a paralisação durou apenas 3 horas. A empresa prometeu acelerar as mudanças, admitiu que as reclamações sobre alimentação eram frequentes e conseguiu convencer os mais de 2 mil funcionários a voltarem ao batente.