Filmes –e não jogos– podem ser o primeiro uso matador para a realidade virtual. Talvez por isso a Oculus está procurando veteranos da Pixar para montar seu próprio estúdio de cinema. Ela também vai exibir seu primeiro filme no Festival de Sundance amanhã.
Não sabemos muito sobre o filme em si ainda, a não ser essas quatro coisas:
- Chama-se Lost
- Tem entre 3,5 e 10 minutos de duração, dependendo de como você vê!
- Ele usa animação computadorizada (o que mais você poderia esperar?), e não gravação de vídeo de 360 graus.
- É dirigido por Saschka Unseld, que também fez o curta da Pixar O guarda-chuva azul (veja um clipe abaixo.)
Mas, independentemente dos méritos deste filme em particular, o novo Oculus Story Studio pode ser um grande negócio. Hollywood e cineastas independentes querem entrar na mania da realidade virtual, mas eles ainda não sabem muito bem como começar com esse tipo de cinema. E, até agora, a Oculus não tem sido capaz de fazer muito para ajudar. “Nós não temos uma resposta para eles”, disse o CEO da Oculus, Brendan Iribe, ao The Verge.
Um dos problemas mais citados é simplesmente descobrir como contar uma história em um ambiente de realidade virtual, porque as técnicas tradicionais simplesmente não funcionam. Cortes podem ser chocantes e desorientadores para o espectador (imagine ser rapidamente teletransportado para outro ambiente!) e não dá para enquadrar as coisas como você faz com uma câmera tradicional retangular, já que quem está assistindo pode olhar para onde quiser, a qualquer momento.
Eu vi algumas tentativas iniciais de cinema com realidade virtual, e elas variavam entre terríveis e impressionantes. Point Zero, que se intitula o primeiro filme para o Oculus Rift, não era nada mais do que arrogância combinada com alguma má qualidade numa filmagem em 360 graus. Outros foram conversões pobres a partir de câmeras em 2D, ou brinquedos de parques de diversões agraciados em busca de uma história para contar. Uma startup chamada Visionary VR recentemente me mostrou um conjunto de ferramentas muito legal para a construção de filmes de realidade virtual, mas eu não fiquei totalmente convencido sobre a ideia do uso de cortes tradicionais para desenvolver o enredo e pausar a ação quando você se vira para olhar ao redor.
Os únicos que realmente me impressionaram foram as obras sutis e comoventes do Felix & Paul Studios, como esta peça produzida em parceria com a Fox em que Reese Witherspoon olha para dentro de sua alma.
Filmes podem ser o diferencial
Mas agora, a Oculus não estará apenas confiando em startups e cineastas independentes para entender como fazer isso. A nova equipe interna do ex-animadores e ex-cineastas da Pixar, Lucasfilm e Electronic Arts vai resolver estes problemas e compartilhar o que eles descobrirem com qualquer outra pessoa que queira criar fazer filmes em realidade virtual.
Isso pode ser extremamente importante se a Oculus quiser ter um monte de conteúdo atraente já pronta quando que a versão para consumidores do óculos for lançada. Você pode pensar que os jogos vão ser o ponto principal da estratégia da Oculus, mas até o momento os jogos imersivos em realidade virtual têm uma questão crucial e própria — até agora, ninguém lançou um controle que permita, de forma convincente, colocar as mãos ou os pés em um mundo virtual. Você não pode pegar as coisas. Você não pode andar por aí.
E embora a Oculus diga publicamente que está procurando por soluções, elas ainda não foram encontradas. A empresa ainda não sabe como fazer um controlador de jogo e tem alertado as pessoas há mais de um ano que a primeira versão do Oculus Rift a ser lançada no mercado será “uma experiência sentada.” Talvez a Oculus precise de algo além de jogos para manter as pessoas interessadas e convencê-las a tentar usar óculos meio ridículos, em primeiro lugar. E filmes podem ser o que estava faltando.