O MacBook Pro com tela Retina abre um novo capítulo no segmento dos notebooks. Ele é leve, fino e poderoso, mas é a sua tela, destacada no próprio nome, o motivo de tantos comentários, tanta curiosidade. Vários sites internacionais já colocaram as mãos em unidades do dispositivo e as avaliaram. Como ele se saiu? Confira no nosso frankenreview.
Design
É o MacBook Pro velho de guerra, mas mais fino, como nos diz Joanna Stern, da ABC:
“‘Este é o MacBook Pro mais bonito que nós já fizemos’, disse Phil Schiller, da Apple, quando ele revelou o novo notebook nesta semana. E Schiller não estava mentindo. A Apple não muda o visual geral da linha MacBook Pro desde 2008, quando apresentou o design unibody em alumínio com uma maçã brilhante embutida na tampa. Eles não quiseram mexer em um design tão equilibrado e limpo.”
No Engadget, Tim Stevens nota que embora a espessura (1,8 cm) impressione, o peso, dependendo do parâmetro de comparação, nem tanto. Culpa do MacBook Air:
“(…) Peso? Saudáveis 2,02 kg. Isso é mais de 450g a menos que o MacBook Pro convencional e quase 700g a mais que o Air de 13″.
Isso talvez soe como um empate entre os dois modelos-irmãos, mas na realidade o novo Pro passa a sensação de ser consideravelmente mais pesado que o Air e não tão mais leve que o velho Pro. Dito isso, muito dessa impressão depende de onde você está vindo. Se for um usuário do Air, carregar isso para cima e para baixo será penoso. Por outro lado, se seu PC do dia-a-dia for um Pro atual de 15″ (ou, que os céus perdoem, um de 17″), o novo Pro pode ser uma bem-vinda redução no peso a carregar.”
No que tange a portas e conexões, o novo Pro perdeu duas coisas que alguns consideram importantes, outros já não mais: o drive ótico e a porta Ethernet (RJ45). Sumiram também entradas Firewire 800. Para suprir isso, a Apple vende adaptadores e trouxe um bom leque de portas modernas e uma não tão moderna, mas bem-vinda: a HDMI. Como comenta Mark Spoonauer do Laptop Mag:
“A Apple deixou de lado tecnologias antigas em favor de conexões mais avançadas no MacBook Pro. Nada de DVD aqui. (Para aqueles que ainda precisam de um drive ótico, a Apple atualizou o MacBook Pro sem rela Retina também.) Em vez disso, você encontrará duas portas de alta velocidade Thunderbolt do lado esquerdo do equipamento, bem como duas portas USB 3.0/2.0, uma de cada lado. O lado esquerdo também acomoda a nova e mais fina porta MagSafe 2.0.
Ficamos contentes em ver que a Apple finalmente incluiu uma porta HDMI em um notebook, o que será uma mão na roda para apresentações e conexões a HDTVs. Um slot de cartões SDXC também se alinha à direita, embora não sejamos fãs de cartões salientes nas bordas do notebook. A empresa também vende adaptadores Ethernet e VGA por US$ 29 cada.”
A parte ruim é que o novo MagSafe 2.0, diferente para caber no perfil fininho do novo MacBook Pro, não é compatível com os antigos modelos. Se você tem vários carregadores espalhados pela casa, escritório e outros lugares, doe-os sem dó.
Tela Retina
A tela Retina do novo MacBook Pro parece fazer jus a todo o frenesi dos últimos dias. Elogios, elogios e elogios, como os de Joanna Stern:
“Mas, claro, você estará olhando para a tela enquanto trabalho. E é simplesmente difícil descrever a qualidade dela em palavras. Mesmo escrevendo esta análise quase 24h de uso depois, me distraio com a clareza do texto e dos ícones no rodapé da tela. E fico constantemente tentada a ir para o YouTube e assistir a mais vídeos em 1080p, os quais ficam melhores nesta tela do que na maioria das TVs de alta definição.
Talvez a parte mais incrível sobre a tela, porém, é o quão cristalina ficam as coisas sob qualquer ângulo; vire o notebook de lado e você terá a mesma qualidade e apresentação.”
Esses detalhes são citados também em outras análise. Na do Laptop Mag, outros aspectos são levantados, como a maior fidelidade de cores:
“Tão importante quanto, o Pro possui contrastes e saturação notavelmente melhores. O trailer em alta definição de ‘Dark Knight Rises’ tem pretos mais profundos do que no Air, mas também amarelos mais vibrantes e tons de pele mais naturais.”
Nem tudo são flores, porém. Fora os aplicativos da própria Apple e de alguns parceiros selecionados (Adobe, AutoDesk, Activision Blizzard), os outros ainda precisam de melhorias. Do Engadget:
“Tome o Chrome como exemplo. Você talvez perdoe os botões e elementos da UI por serem feios, mas mesmo o texto renderizado nas páginas é borrado e distorcido. É ruim o bastante para que você deixe de usar o navegador do Google até que ele seja atualizado.”
E parece que há muitos apps nesse barco — para citar mais dois populares, Twitter e Sparrow. Mas deve ser algo passageiro; o próprio Chrome já está ganhando tratamento para telas Retina.
Desempenho e bateria
Há dois processadores, Core i7 de 2,3 e 2,6 GHz, que podem equipar o MacBook Pro com tela Retina e ambos destroem as gerações passadas. Méritos mais do Ivy Bridge do que do notebook em si, mas é bom ver que a finura e a tela não chegaram a sacrificar o desempenho. A tabela abaixo, do Engadget, mostra os números frios:
O Engadget também testou Diablo III e mesmo na resolução máxima, 2880×1800, conseguiu resultados satisfatórios — 25~30 fps. Em resolução “mundana”, 1280×800, chegou a 70 fps. A oferta de jogos para OS X não é tão vasta, mas os que estão disponíveis não terão dificuldades em rodar bem no novo MacBook Pro.
Vale mencionar, também, o SSD:
“O SSD entregou velocidades de escrita próximas de 390 MB/s e de leituras chegando a 440 MB/s. Isso é bem rápido.”
A autonomia prometida pela Apple é de 7h por carga. E chegou perto disso em mais de um teste. No de Joel Santo Domingo, da PC Mag:
“O novo MacBook Pro supostamente é capaz de ficar ‘dormindo’ por até 30 dias e não perder seu trabalho. Quando testamos a penúltima geração do MacBook Air, vimos que sua as promessas de hibernação eram batiam com a realidade, então não duvidamos dela no MacBook Pro. A promessa da Apple de ‘até sete horas’ de autonomia (em um teste de web sem fio com a bateria não substituível de 95 Wh) bate em cima: incumbimos o MacBook Pro com nosso testes de dez horas de vídeo com o brilho em 50% e Wi-Fi e retroiluminação do teclado ativados e chegamos a impressionantes 6h53.”
O Engadget também rodou seu tradicional teste do tipo, nos mesmos moldes do da Cnet, e chegaram a 7h49.
No geral o MacBook Pro é bem silencioso, mas quando muito exigido, ativa suas ventoinhas. Elas têm um desenho assimétrico que, segundo a Apple, reduz o barulho e o torna mais eficiente. O Laptop Mag diz mal ter ouvido o barulho durante a edição de um vídeo em HD no iMovie, mas o Engadget, enquanto brincava de Diablo III, sim:
“É verdade que é um sutil e inobstrusivo tipo de ruído branco, mas ele definitivamente não é silencioso. Na realidade, o cooler não faz um barulho particularmente diferente do que os atuais do MacBook Air, embora alguns decibéis mais baixo. Ainda assim, você sempre saberá quando o seu sistema estiver trabalhando pesado.”
O Laptop Mag também notou um pouco de calor na parte central do teclado, entre as teclas “G” e “H”. E estava quente mesmo: chegou a 40,5º C. Isso incomodou os caras — foi a única crítica da conclusão.
Conclusão
Outros aspectos, como Facetime (HD), teclado e trackpad, estão dentro do que se espera de um equipamento do porte: muito bons.
É o notebook a ser comprado? Sim se você tiver US$ 2.199 (ou R$ 10 mil, no Brasil), sim, pelo menos segundo Joanna Stern:
“Agora, se você tiver dinheiro para um notebook high-end, a resposta é simples: este é o para se comprar. A mistura de tela, tamanho e poder não tem igual. Aqueles que procuram algo mais barato e, talvez, menor, pode pegar um MacBook Pro ou um Air de 13″, os quais provavelmente entregam desempenho suficiente para a maioria das pessoas em pacotes ainda mais finos e menores. Isso realmente depende das suas necessidades.
Mas faça um favor a si mesmo: se você não tem qualquer intenção de comprar um MacBook Pro com tela Retina, evite olhar para a sua tela a todo custo — todos os conselhos racionais parecerão… bem, muito borrados.”
O Engadget é mais cauteloso ao concluir sua análise, embora encha de elogios e recomende a máquina:
“Dito isso, esta não é exatamente uma máquina pequena, é pesada o bastante para fazer com que os felizes donos de um Air que porventura se sintam tentados deem um pulo em uma Apple Store e a segurem por si mesmos. Ela é cara, também. Se você quiser uma máquina com espaço suficiente para todas as suas necessidades e games você provavelmente encontrará um preço de US$ 2.800 — e isso assume que você consiga resistir a todos os upgrades.
Então, este é um notebook que cria a sua nova categoria de produto? Não exatamente. Este é um notebook que está pronto para matar uma que já existe, uma que a Apple tem dominado. O novo Pro é bom o bastante para fazer o antigo Pro (mesmo a versão atualizada) parecer obsoleto. Ele avança e redefine a categoria, elevando a barra de tal forma que nem seus irmãos conseguem acompanhar. Se você puder bancar o custo premium e não está afim de um modelo de 13″, não há motivo algum para comprar outro Pro que não seja este.”
E o Laptop Mag afirma que não há nada igual ao novo MacBook Pro no universo dos PCs:
“Olhando a paisagem de ultrabooks, não há nada que se aproxime da combinação de poder, portabilidade e resistência do novo MacBook Pro. E é fácil ver por que a Apple eliminou o MBP de 17″. Com uma tela como essa, você simplesmente não precisa daquele espaço real extra. No geral, o MacBook Pro com tela Retina é o notebook definitivo para usuários móveis que precisam de desempenho.”
Leia todos os reviews (em inglês), ilustrados com mais fotos, nos links ao lado. [ABC News, Engadget, Laptop Mag, PC Mag]