Essa historinha de geração Y não se sustenta mais! É, senhoras e senhores, algo não cheira bem no reino dos RH’s. Os especialistas em carimbar os jovens com letras e ditar regras de procedimento conseguiram dar um belo nó. E as coisas não se encaixam e não tem emenda.
Senão vejamos. Eis aqui uma seqüência de perguntas que não querem calar:
- Qual a razão de se estabelecer Y para um grupo geracional brasileiro? Esta é a terminologia mais adequada?
- Como grupo – qual o período de nascimento dessa tribo?
- Qual a razão de se definir os outros grupos como Geração X e Babyboomers? De que maneira isso se aplica ao Brasil? A que períodos eles se referem?
- É possível traduzir uma doutrina norte-americana, focada em grupos sociais que explicam a sociedade americana, diretamente para o contexto brasileiro?
Imagino que você também tenha suas próprias indagações. Confesso que poderia continuar – mas não quero ser chato. É óbvio que algo cheira mal.
Agora a mais crítica de todas as perguntas é:
Por que não desenvolvemos um estudo genuinamente brasileiro a respeito das gerações?
Pois bem – convido o prezado leitor a criar uma discussão sobre as Gerações Brasileiras – iniciando aqui com seus comentários e pitacos – e por que não – seus questionamentos.
Temos que desatar esse nó. E a tarefa não é fácil. Me faz lembrar a técnica de amarrar elefantes no circo. Para amansar elefantes e eliminar qualquer esforço de fuga, desde pequeno o elefante é fortemente amarrado na pata – uma pata basta. Ele vai se condicionar à inutilidade de qualquer tentativa de se livrar de suas amarras. Daí para a frente o pessoal de circo simplesmente amarra a corda na pata do elefante e prende-a simbolicamente no chão. Se o bicho quisesse – facilmente se libertaria. Uma força mínima já seria o suficiente para se livrar. Mas condicionado que está ao mundo de uma pata amarrada, ele fica preso a esse paradigma.
Essa falácia de geração X, Y e Z é uma corda frágil sem base alguma. E ainda bem que não somos elefantes!