Hoje em dia, muita gente quer inventar moda ou seguir as tendências certas. Faz parte da renovação do mercado. Outras pessoas conseguem olhar para as dinâmicas dentro de uma determinada cadeia, identificar um gargalo ou carência, desenvolvem uma forma de oferecer valor (“fazer a diferença”, resolver) e ainda uma forma de captar valor (faturar e lucrar).
Guilherme Masseroni está neste segundo grupo. Formado em Publicidade e Propaganda na região metropolitana de Porto Alegre (RS), trabalhou em agência, abriu agência e sempre se manteve um constante curioso, em busca de algo mais, algo maior, que viesse realmente mudar as coisas. Depois de passar por incubação, pelo Finep Prime e por reuniões com investidores, Guilherme finalmente vislumbra os primeiros casos pilotos de adoção de seu sistema em clientes.
O sistema GetWay é aquele tipo de coisa que, quando você ouve a explicação do funcionamento, não acredita na simplicidade. “Como não pensei nisso antes?” é a segunda reação. O segredo da solução, que permite fazer mais com menos, aproveitando o equipamento e os sistemas que a indústria e o comércio já tem disponíveis, como o próprio termo define, é segredo, e empreendedor eu respeito. Obviamente também respeito leitor e raramente fico defendendo algo que eu acho realmente notável sem as devidas explicações. “Fazendo o que a GetWay faz, qualquer fabricante ou distribuidor pode ter o mercado literalmente em suas mãos, pronto para brincar em tempo real, atuando com inteligência, independente de vantagens e desvantagens físicas”, visualiza o inovador.
Bem, o que posso dizer é que, depois de conversar com Guilherme há mais de um ano, testemunhar a evolução do projeto e de uma série de negociações, e também depois de comentar brevemente a ideia com outras pessoas, já ouvi uma série de perguntas e afirmações, mas nenhuma chegar muito perto da solução que Guilherme está confiante de já poder colocar em funcionamento. Sendo uma solução que não depende da aquisição de equipamentos, nem de migração de plataformas, nem de treinamento especial para uso, justamente por não se tratar simplesmente de um software, a GetWay parece a peça que faltava para o varejo brasileiro começar a se enxergar de verdade e em tempo real.
Hoje Guilherme está em São Paulo reunido com clientes que querem rodar o piloto. Claramente, a GetWay mexe com eficiência e nunca vai ser cedo ou tarde para alguém começar a usar. Torço para ser convidado a ver a solução rodando em breve. Fazendo uma comparação com a ficção, vou me sentir operando o portal em The Matrix, vendo o mundo a partir do código. Não creio que exista ligação mais direta entre um produto e o termo Ciência do Consumo, mas de forma performática, uma tecnologia exercendo o papel de dínamo do mercado inteiro, de uma forma tão rudimentar e ao mesmo tempo mágica que só pode ser o Estado da Arte de uma forma inevitável.
Se isso tudo não é só uma fantasia? Não sei ao certo se o Guilherme é meio louco, muito louco, meio gênio ou muito gênio, mas a GetWay é muito sensata como produto e possivelmente como negócio. O que passo a questionar é como a indústria e o mercado conseguiram chegar até aqui sem usar a solução – e esta perplexidade só costuma aparecer depois que você passa a usar coisas simples e revolucionárias, como eletricidade, internet, smartphone, carteira virtual, entre outros, e simplesmente não imagina mais o mundo sem isso.
Só saberemos depois onde isso vai parar. Ao menos, foi algo gostoso de escrever – acordei há 3 horas mas só agora me sinto realmente acordado.
Bem, já cantava Thom Yorke: “I might be wrong“.