Quando publicamos a história do levante jurídico do grupo BuscaPé contra o Google Brasil nos tribunais houve uma repercussão bastante interessante sobre a origem da contenda da empresa e seus possíveis impactos.
Eu mesmo me enfileirei junto aos que entendiam que o BuscaPé poderia estar reclamando demais. Por outro lado, sempre argumentei que a estratégia do BuscaPé se baseia nos algorítimos de busca e indexação do Google, o que fatalmente em algum momento a tornaria refém de qualquer mudança não muito bem-vinda.
Bem, digamos que agora eu tenha um pouco mais de razões para entender o que exatamente pode provocar a tal indigestão no Buscapé. O Google está sendo acusado por uma empresa do Quênia, na África, de práticas anticompetitivas da pior espécie.
Em um post especialmente detalhado que foi publicado hoje em seu blog, a startup Mocality, que fornece um diretório de páginas amarelas, escancara os pormenores de uma auditoria que parece revelar práticas nem um pouco éticas para tomada no recorte de diferentes mercados. O alvo de suas denúncias: o gigante das buscas.
Para entender a denúncia, é preciso observar que, como não existem páginas amarelas ou outros grandes diretórios no Quênia, a startup Mocality se organizou como projeto para preencher esta lacuna. Com os últimos anos, ela conseguiu agregar um banco de dados de mais de 400 mil empresas em território queniano, baseando-se principalmente no crowdsourcing e no pagamento oferecido para que os cidadãos validem os dados presentes no diretório.