Hoje encontrei Marco DeMello (no centro da foto ao lado), brasileiro que trabalhou décadas nos Estados Unidos, inclusive como executivo da Microsoft, depois resolveu empreender e… no final do ano passado, chamou Ram Rao e Ben Myers para fundarem um negócio tecnológico na área de segurança da informação e computação na nuvem.
Em poucas semanas, estabeleceram sede no Rio de Janeiro, contrataram 30 pessoas, desenvolveram o primeiro produto (um anti-vírus gratuito “na nuvem”) e conseguiram investimento de Redpoint Ventures (representados na foto por Jeff Brody, à esquerda, e Fouad ElNagaar), BV Capital e Index Ventures.
Por que voltar e abrir a empresa no Brasil
A burocracia brasileira. A dificuldade de se abrir empresa no Brasil – ainda mais um grupo! – ou trazer investimento. Mito ou realidade? Lendo a afirmação de que Marco et al fizeram isso em poucas semanas, você diria que é mito? Na verdade, eles estão fazendo tudo direitinho, para que um dia possam fazer IPO. Mas, mesmo todos eles serem bastante experiente, hábeis e dotados de condições propícias, nem tudo está pronto porque esta parte burocrática – e cara – está sendo a pior coisa para eles. “Lá nos Estados Unidos, conseguimos realmente abrir uma empresa em 1 dia e com oito dólares”, contam Jeff e Fouad.
Certo! Isso não é motivo para escolher o Brasil. Na verdade, isso demonstra como o motivo deve ter sido bem especial. “Não acreditamos que toda startup tenha que realmente ser global. A Psafe, ou o Grupo Xangô, pode vir a atender o mercado latino, mas fato é que o mercado brasileiro tem um bom tamanho”, explicam os três (cada um falou uma parte, e todos concordam, então vou citar assim, ok?).
Além do tamanho do mercado brasileiro, Marco acrescenta que os motivos para escolher o Rio vão desde a rede de conhecidos até o preço baixo de um escritório e de funcionários. Bacana. Espero que os especuladores imobiliários não se empolguem para subir os preços, nem os funcionários, ou senão posso acabar ficando sem respostas pontuais das próximas startups!
Extra: o Marco ou a Xangô ou a PSafe nunca fizeram um elevator pitch sequer na vida. Significa: que pitch não significa.
Como assim, três investidores para um grupo formado por apenas uma empresa com um só produto, e ainda gratuito?
O próprio site do Grupo Xangô denuncia: há 4 slots indefinidos ao lado da logo da PSafe. Isto é porque os caras já iniciaram com modelo que chamam de aceleradora e outros chamam de incubadora, mas não se trata de mentoria para desenho de produto e negócio nem de parque tecno-científico acadêmico. “Já temos outro produto em desenvolvimento que vi ser lançado em setembro, mais um roadmap de empresas”, declara Marco.
O tecnologista empreendedor carioca explica: “A PSafe é uma provedora de serviços de segurança, backup, otimização de performance, acesso remoto aos seus arquivos, assim como compartilhamento com amigos/familiares (a la Dropbox) – tudo isso englobado num único serviço com planos variados mensais para usuários de Internet no Brasil e América Latina.
Nosso modelo é de serviços hospedados na nossa nuvem. Dessa forma, a performance do seu PC e/ou seu mobile é muito menos afetada (quase imperceptível) por todos os serviços/funções/benefícios listados acima. Para contraste, hoje em dia todos os produtos de segurança tradicionais (anti-vírus, anti-spyware, anti-malware, etc.) trabalham com módulos extremamante “peados” nos PCs dos usuários, o que acaba forçando o consumidor de Internet em ter que optar entre performance do seu PC ou segurança – e ainda por cima por um custo elevadíssimo – uma escolha péssima.
Os PCs dos nossos clientes ficam muito mais rápidos, pois limpamos todo o “lixo” de Internet acumulado por meses ou anos de uso. Também ficam completamente seguros, por sermos hospedados em nossa nuvem, nosso update sobre o “DNA” de código malicioso ocorre a cada 5 segundos em todos os nossos servidores sem que o usuário tenha que sacrificar a velocidade de sua máquina – pelo contrário, nossas rotinas de otimização aceleram o computador significativamente.
Fora toda a parte de segurança e otimização de performance, a PSae também irá proporcionar backup/recovery tanto de PCs como de telefones celulares – assim como acesso remoto e completamente seguro aos seus arquivos através do “PSafe Lockbox” de qualquer outro computador ou smartphone“.
Ah, tá. Segurança é só a feature básica, mas diferencial, de uma gama de produtos na nuvem, obviamente aprontada primeiro e lançada para conscientização do mercado. Legal.
E cadê os cupons de compra coletiva?
Isso é o que vai entrar em funcionamento a partir de amanhã – e a gente fala aqui para você ficar ligado. É que a PSafe tem uma campanha “viral” chamada Heróis da Rede em que a pessoa ganha pontos ao instalar um pequeno app do anti-vírus gratuito e recomendar para outros amigos instalarem. A partir de amanhã, esses pontos poderão ser convertidos em ofertas especiais em sites de compra coletiva. Bacana.
E o seu computador? Está seguro? Falei que sim pois uso um Macbook e Marco riu: “não significa”! Macbooks ainda estão entre os menos visados por troianos e vírus, mas são sim usados por malfeitores como zumbis para ataques distribuídos de negação de serviço. Os mais visados continuam sendo PCs, depois iPhones, depois Androids. Você tem anti-vírus? Todo mundo que está dando depoimento sobre o PSafe disse que já tinha mais de um anti-vírus e mesmo assim o programa encontrou mais infecções. Corre lá, desinfecta.