Eu não acreditava que, como diziam boatos, a Samsung lançaria uma câmera com um Galaxy S III praticamente colado na traseira. Mas o rumor é real: a Galaxy Camera roda Jelly Bean e possui touchscreen de 4,8″, alem do processador quad-core de 1,4 GHz que você encontra no smartphone.
Testamos a Galaxy Camera e, no breve hands-on, parece que uma câmera com Android é uma ideia maluca — mas no bom sentido.
A primeira impressão ao segurá-la: nossa, como ela e leve. Com 310 gramas, a Galaxy Camera pesa mais que o Galaxy S III, mas tem volume maior.
E sim, ela até que e grandinha para uma point-and-shoot, com seus 12,9cm de comprimento. Mas a pegada é bem boa: foi fácil operá-la com uma só mão. O tamanho se deve, em grande parte, ao touchscreen SLCD de 4,8” com resolução 1280×720. A tela não e AMOLED, e dá para notar: as cores são menos vivas do que na tela do Galaxy S III ou do Note II.
A Samsung Galaxy Camera quase não tem botões físicos. Há o liga-desliga, o botão do obturador (com controle para o zoom ótico), e um botão na lateral esquerda que levanta o flash. Só. Quase todos os comandos da câmera são feitos na enorme touchscreen.
Câmera ligeira
Esta não e uma câmera semiprofissional — trata-se uma point-and-shoot de 16 megapixels, com sensor CMOS de 1/2,3 polegadas e zoom otico de 21x. Ela não tem lente intercambiável, touchscreen móvel ou mira ótica. Então como ela se destaca? Sendo mais esperta e ligeira que as demais.
Ela roda o Android Jelly Bean personalizado com o TouchWiz. E, nos detalhes, o Android foi adaptado especificamente para a câmera: por exemplo, as homescreens deixam fixo, no lado esquerdo, um ícone para acessar a câmera. E a tela inicial se orienta com a posição do aparelho: funciona na vertical e na horizontal. No lado direito, ha três botões virtuais (como no Galaxy Nexus) para Voltar, Home e Menu. Este último ativa certas funções do aparelho, como o Google Now. (Ao contrário do Nexus, não há um botão de multitarefa, o que faz sentido, já que isto e uma câmera.)
O app da camera e bem diferente do encontrado em smartphones. A interface é bastante limpa por padrão, no modo automático: praticamente nao ha botões na tela. No modo automático, basta pressionar o botão físico do obturador e pronto. Para focar, toque na tela. Para filmar, toque o botão no lado esquerdo.
Mas você pode escolher configurações mais avançadas — incluindo ISO e velocidade do obturador — tocando no botão à esquerda. A interface cobre quase toda a tela, o que deve torná-la mais fácil de usar, mas pode ser meio incômodo — não dá para ver o que você vai fotografar. Talvez a Samsung coloque um efeito de transparência para amenizar isto.
Vantagens do Android
Só que uma nova interface para a câmera não exigiria usar o Android completo. Onde ele e especialmente útil? Na hora de compartilhar as fotos, claro. Toda Galaxy Camera tem suporte a 3G e Wi-Fi (e algumas serão até 4G em alguns mercados), o que permite enviar fotos para outros dispositivos usando Wi-Fi Direct. Alem disso, elas vêm com Dropbox, o que permite o upload instantâneo das fotos para a nuvem.
Mas antes de compartilhar fotos com amigos, às vezes e preciso editá-las. Sem problema: a câmera possui apps para edição de fotos e vídeos. Para fotos, há opções simples (como crop ou redimensionar) e de filtros para a imagem. E falando em filtros… ela já vem com Instagram. Pois é: você poderá “trapacear” usando um sensor melhor que o de um smartphone.
A parte mais maluca da Galaxy Camera e que ela e expansível através de apps: ela possui acesso ao Google Play. Assim você pode compartilhar fotos via redes sociais, editá-las com outros apps, e realizar coisas que nunca seriam possíveis em uma câmera. Sim, eu joguei Fruit Ninja em uma câmera digital — e poderia jogar ShadowGun, se quisesse.
Mas e a qualidade de imagem? Parece boa, mas como as câmeras disponíveis para teste ainda são protótipos — e a Samsung não deixou ninguém enviar ou baixar as fotos feitas com a câmera — teremos que esperar até outubro para analisar isto com calma. Parece loucura que a Samsung vá vender esta câmera em operadoras de celular, além do varejo, mas a ideia em si de uma câmera com Android parece cada vez mais interessante. É um equilíbrio bom para quem se preocupa mais com redes sociais do que com qualidade de imagem — um nicho cada vez maior de humanos que adoram compartilhamento desenfreado.