Chris Bennett, fotógrafo de Portland obcecado por equipamentos antigos de som, passou anos frequentando pequenas lojas de reparos, observando habilidosos artesãos restaurarem máquinas, objetos vintages e todo tipo de equipamento analógico dedicado à música.
As fotos refletem o próprio estilo de vida de Bennet, em uma estética que combina ricas recompensas pessoais, mas escassos recursos financeiros.
Até se envolver em estudos acadêmicos de fotografia, Bennet nunca tinha pensando em transformar essa sua paixão em arte. Seguindo conselhos de seus professores, nasceu o projeto House of Sound, que explora visualmente o mundo analógico da música e seus entusiastas, em uma viagem de Portland à Seattle.
O fato de Bennet ser um amigo, um consumidor e também um apaixonado pelo tema, propiciou conexões que o permitiram tirar fotos íntimas em lojas, casas e escritórios de pessoas que dedicam grande parte de seu tempo à música analógica.
Frustrações financeiras são encontradas visualmente aqui tanto na música quanto na fotografia. Dois mundos transformados completamente pelo digital, em uma era em que filme fotográfico e vinil não são mais necessários. Com o tempo, as constantes mudanças deixam pelo caminho uma legião de fãs e dedicados trabalhadores defasados frente à tecnologia, mas que dão ainda mais valor aos seus objetos antigos.
“Navegar por uma biblioteca digital não se compara com correr os dedos por entre as capas de discos.” – Bennet
Em entrevista para Wired, Bennet conta que enxerga sua coleção de fitas e vinis como um cartão de visita pessoal, para entrar na casa de seus amigos e trocarem gostos, histórias e sons.
House Of Sound reconhece heróis do cotidiano, pessoas que se recusam à deixar o glorioso mundo analógico do som desaparecer. Como Bennet, eles querem preservar essa história para futuras gerações, nascidas já mergulhadas em iPods e serviços de streaming.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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