Na última quinta-feira, enquanto o Brasil continuava a falar sobre Luiza e afins, a Apple apresentou ao mercado o iBooks Author, um aplicativo que permite que qualquer pessoa crie um livro digital para iPad. Sob o ponto de vista da educação, a Apple mostrou como a ferramenta poderá tornar os livros didáticos muito mais interativos e, consequentemente, interessantes. Seria o começo de uma revolução educacional?
A resposta depende muito dos fatores que levarmos em consideração.
O aplicativo em si é lindo, e sua proposta é maravilhosa. Lembre-se como era na época em que você estava na escola, aqueles livros didáticos chatos, que tentavam descrever um monte de coisas que você tinha certeza de que nunca mais iria usar na vida – a não ser para passar de ano. E como você pensava que seria muito mais interessante se você conseguisse visualizar aquilo, interagir de alguma maneira com aquela matéria, aprender, e não apenas decorar…
Na nossa área, falamos muito em envolvimento. E, se você parar para pensar, envolvimento é essencial em todas as áreas da vida. Na escola, a disciplina do aluno em sala de aula é um dos reflexos do envolvimento dele com o aprendizado. E cada pessoa tem diferentes graus de facilidade ou dificuldade. Uma das coisas bacanas de se ter um livro didático no iPad é que cada pessoa consegue aprender em sua própria velocidade. Isso além de poder responder a questionários e corrigi-los de imediato.
No ano passado, Al Gore lançou Our Choice no formato de aplicativo, indo além do convencional e conferindo uma grande dose de interatividade ao conteúdo de seu livro. Agora, com o Author, acabam-se as desculpas das grandes editoras que atuam no mercado digital e elas terão de se mexer para oferecer produtos que sejam mais bacanas, e que vão além do texto + infográfico, uma vez que o investimento na ferramenta é praticamente zero.
Para os autores e editores independentes, que têm conteúdo, mas não têm grandes habilidades (ou $$$), o aplicativo também chega em ótima hora. Sem contar que ele ainda poderá reduzir a distância com o público, uma vez que as obras poderão ser comercializadas via iBooks.
Quem sabe se a Luiza aproveitar pra escrever um guia de viagens sobre o Canadá, as pessoas deem atenção suficiente para o projeto decolar?
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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