“Meio mundo não é suficiente”. Em letras garrafais, essa é a chamada de capa da revista TIME de dezembro, que traz Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em destaque.
A principal reportagem da última edição da revista detalha as ideias por trás da iniciativa Internet.org, uma coalisão de empresas de tecnologia, lideradas pelo Facebook, para levar a conectividade à internet para o mundo todo, inclusive nas regiões mais remotas.
Redigida por Lev Grossman, que já escrevera sobre Zuckerberg em 2010, quando ele foi eleito a “Personalidade do Ano” pela Time, a matéria consegue mesclar de forma interessante críticas e elogios à Internet.org, bem como um interessante e verossímil perfil do CEO do Facebook.
“Zuckerberg pode ser extremamente esquisito nas conversas, não porque ele está nervoso ou inseguro; pessoas nervosas ou inseguras raramente se tornam a 14ª pessoa mais rica do planeta. Zuckerberg é, na verdade, incrivelmente autoconfiante, quase ao ponto de parecer agressivo” – Lev Grossman
Acompanhando Zuckerberg em uma visita a Chandauli, cidadezinha rural no sudoeste da Índia, Grossman detalha o interesse do Facebook em levar conexão a locais tão remotos (além do altruísmo, existe o benefício de expandir o alcance da rede social), explica qual o argumento usado com as operadoras de telecomunicações para oferecer acesso gratuito ao Facebook (conquista de base de assinantes de planos de dados, a longo prazo), elogia o caráter benéfico que a democratização da conectividade pode ter (melhora a economia e a educação, além de levar a uma melhora no setor de saúde) e ao mesmo tempo critica a estratégia como sendo uma espécie de “colonialismo 2.0”.
“Existe algo desagradável sobre todo o negócio [da Internet.org]: uma campanha global, feita por um punhado de zilionários do Vale do Silício, para converter literalmente o mundo todo em consumidores de dados, para garantir que nenhum par de olhos fique sem ser impactado por anúncios. Todo mundo deve ser integrado na vasta cultura homogeneizada que é a internet. É quase uma praga zumbi: World War Z(uckerberg).” – Lev Grossman
O material é extenso e em inglês, mas vale a leitura para uma visão ampla e bastante crítica das iniciativas e do próprio CEO do Facebook.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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