Ainda deve haver gente achando que o mundo startup é regado a lindos demo days, pitches aplaudidos, investidores, aprovação em programas. Isso existe, pode fazer diferença, mas o que determina mesmo o futuro de uma startup não é o que ela faz no palco em dias bonitos, mas a forma como ela encara os perrengues na máquina de moer do dia-a-dia.
A gente acompanha alguns glamour days, mas também frequentamos os bastidores, a vida dura dos verdadeiros atletas de Schumpeter que são os empreendedores de startup. Acontecem muitas coisas que acabam não virando notícia – às vezes, não são novidade; às vezes, os envolvidos não contam tudo porque não querem se expor.
Em nome disso, lancei um experimento no Startupi: ofereci um formulário para que empreendedores, investidores e outros profissionais do meio contassem pra mim o que anda pegando. A ideia é contar a história por trás daquela demissão que você precisou fazer, daquela briga velada com o sócio, daquela vontade de esganar alguém. E já tem gente usando esta abertura, fazendo dela uma espécie de querido diário anônimo. Como especifiquei, a coluna “Cá entre nós” iria publicar as histórias mais desenvolvidas, que possam agregar alguma coisa – não os ransos vazios.
A feia e dura realidade do mercado de startups
Um anônimo reclamou que estávamos muito chatos e agregando pouco valor, sugeriu que deveríamos retratar “a feia e dura realidade do mercado de startups”. Como assim? Winter is coming? Barulho de ficha caindo. Bem-vindo ao deserto a ser preenchido entre o sonho e o sucesso. Outro anônimo desenvolveu algo que serve como exemplo de Coisa Feia S.A. Publico abaixo.
“Incomoda a visão dos investidores de olharem o que os outros investidores estão olhando, e não a oportunidade em si. “Esse negócio não está bombando lá fora”, ” o negócio agora é Saúde, Educação”. O negócio tem que ser: analisar a proposta, entendê-la, entender o mercado em que ela está inserida – não descartar simplesmente porque o mercado está dizendo para ignorar. O cara do Facebook não o fez porque estava bombando rede social ou porque ele foi a uma palestra e ouviu “inventem uma rede social. Vejo inúmeros aportes em empresas iguais. Poxa, cadê a inovação que os investidores procuram? “Mas o dele dá wifi grátis”!
Acho que os planos de negócio deveriam ser em braile, assim eles passariam a sentir.
Ao analisar uma startup, tapem os ouvidos e abram a mente. E se recebi muitos nãos? Sim, mas depois vi que vale a pena gastar esse tempo no meu negócio, no meu produto, no meu cliente – e não em tentar convencer alguém que não acredita no meu negócio simplesmente porque não está na moda”.
O que você acha disso? Comente abaixo!
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