Depois de Audrey Hepburn, Bruce Lee é a mais recente personalidade a ser ressuscitada pela publicidade. O lutador, feito em computação gráfica, estrela o comercial “Game Changer” de Johnnie Walker.
Criado pela BBH e produzido pela The Mill para o mercado chinês, o filme obviamente é polêmico. Apesar da autorização dada pela filha de Bruce, Shannon Lee, existe muita reclamação por ser um comercial de bebida alcóolica. Os comentários no perfil do diretor responsável, Joseph Kahn, falam em desrespeito ao legado do mito, que não ingeria álcool e que, aqui, parece comparar água com whisky.
Kahn se defende, dizendo que se trata de um filme inspiracional, com uma metáfora sobre a vida, e que Bruce Lee não cita e nem segura um copo de Johnnie Walker. “Isso é uma escultura numa mídia diferente, paga por um igreja diferente”, afirmou o diretor.
Personalidades consideradas ilibadas em comerciais geralmente causam problema, vide o recente caso Tom Zé + Coca-Cola, quando estão mortas então, a situação se agrava. A publicidade costuma ser demonizada pelo público, e nada pode garantir que tal celebridade aceitaria colocar sua voz e rosto para vender qualquer coisa que seja.
Comentei isso quando a Citroën usou Marilyn Monroe e, pior, John Lennon para promover seus automóveis. Legado com prazo de validade, que perde mais ainda o sentido por se tratar de alguém notoriamente anti-establishment.
Dito isso, tem algo que me incomoda ainda mais nesse comercial do Bruce Lee. Vocês realmente compraram esse CGI? Parece um boneco. Cinema e games já fizeram muito melhor.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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