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Jovens empreendedores e jovens artistas


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Além de velhos sonhos – fazer uma faculdade, ter a profissão desejada, conquistar o mercado de trabalho – outras possibilidades estão presentes nos planos dos jovens. São ideias e iniciativas que percebo lendo reportagens em sites, revistas, jornais, nas entrevistas que realizo para a PEGN e no meu dia a dia, em conversas com amigos. Estou falando de empreendedorismo, é claro. Mas também incluo nessa listinha de sonhos o desejo de trabalhar com cultura. São jovens que, independentemente da formação que tiveram, fazem coisas como cinema, teatro, documentário, arte. Sobre a junção dessas duas coisas, empreendedorismo e cultura, resumo alguns dados a seguir.

 
– Empreender, como muito se tem falado ultimamente, é atividade cada vez mais comum no Brasil. Muitos empreendem por necessidade, mas a maioria abre um negócio por vocação ou por visão de mercado. Uma pesquisa realizada no Brasil em 2009 pelo Global Entrepreneurship Monitor mostra que o país conta com 15% de sua população economicamente ativa empreendendo, contra 13% de anos anteriores. E, entre os empresários, a maioria é jovem: 52% dos empreendedores têm entre 18 e 34 anos. 
 
– Em 2011, o Brasil chegou à marca de um milhão de registros no programa Empreendedor Individual. Nos próximos anos, quem sair da escola ou terminar a faculdade sonhando em ser dono do próprio negócio poderá encontrar mais condições favoráveis para alcançar isso. A criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa pelo governo, cujo projeto de lei encontra-se no Congresso Nacional, é uma das novidades muito esperadas pelo setor de pequenos negócios.

– Atuar como artista e disseminador cultural é outra possibilidade de vida, digamos assim, para os jovens de hoje. É verdade que ainda há muitas dificuldades para quem quer fazer cultura no Brasil. Entrar no mercado não é tarefa fácil. No entanto, muitos jovens que se arriscaram a fazer arte e cultura nos últimos anos têm alcançado grandes conquistas. Nas periferias de grandes cidades como São Paulo surgiram iniciativas como saraus de poesia, festivais de cinema e mostras de arte.

– No Brasil, o incentivo à cultura funciona principalmente baseado no mecenato, com apoio financeiro dado pelo Estado a projetos culturais. A Lei Rouanet, que viabiliza o patrocínio à cultura via renúncia fiscal por parte de empresas, completa 20 anos em 2011. Outro incentivo, criado em 2004, é o projeto de Pontos de Cultura, que reconhece e passa a apoiar grupos e entidades. Nos anos 2000, a própria “cultura” mudou. Hoje, artistas usam computadores e fazem arte digital e multimídia, como vídeos, sites e blogs.

– Novidades e caminhos encontram-se pela frente na área cultural. O Ministério da Cultura acaba de criar a Secretaria de Economia Criativa, que deverá olhar a criação cultural como uma forma de inovação. No mundo virtual, as ideias de compartilhamento e colaboração ganham força e se mostram como alternativa para a atividade cultural.

Empreender e fazer cultura são coisas diferentes. Podem se aproximar, coincidir ou não. Em comum, têm a necessidade de um bom plano de negócios para um e a de um bom projeto cultural para o outro. Você, empreendedor, como faria para trabalhar com cultura no Brasil?

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