Julian Assange, o justiceiro político que criou o site de notícias WikiLeaks, será extraditado da Inglaterra o quanto antes. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira pela Suprema Corte do Reino Unido. Os advogados de Assange ainda podem recorrer da decisão ao apresentar argumentos que provem o julgamento “injusto” nos termos da lei. Por enquanto, porém, essa é a determinação do judiciário britânico.
A justiça do Reino Unido determina a extradição do jornalista depois de um longo processo iniciado pelas autoridades de polícia da Suécia, país no qual Assange é acusado de abuso sexual. O inimigo número dois dos Estados Unidos afirma em sua defesa que a acusação tem motivações políticas depois que o WikiLeaks mostrou sua força publicando documentos secretos relacionados à guerra do Afeganistão e do Iraque, de acordo com informações da BBC News.
Ainda segundo a empresa de comunicação britânica, a Suprema Corte trabalha da seguinte maneira: os advogados apresentam defesas para pontos distintos do processo e cada um deles é julgado separadamente por um colegiado. No caso de Assange houve cinco pontos considerados pertinentes pela corte e dois que não foram endossados pelo judiciário.
Advogados de Assange argumentam que pelo menos um ponto do processo não foi plenamente defendido por eles — a defesa sequer foi ouvida, na verdade. Devido a isso, existe a possibilidade de a defesa do jornalista recorrerem da decisão. Também questionam a autoridade legal de um promotor sueco para emitir um mandado de prisão em outro país.
No site da Suprema Corte do Reino Unido o caso de Assange consta como um dos que permanecem em aberto. Ali está descrito que, em agosto de 2010, o jornalista viajou à Suécia para dar uma aula e, enquanto estava no país, manteve relações sexuais com duas mulheres. Ambas acusam o editor do WikiLeaks de abuso sexual. A justiça sueca solicita a extradição do jornalista, que vive em prisão domiciliar na Inglaterra desde dezembro de 2010. Numa mansão de bastante luxo, mas ainda assim uma prisão.
Cá no Brasil o então presidente Lula defendeu Assange. Para o ex-presidente, Assange não cometeu crime algum ao divulgar informações. Entretanto, é importante apontar que o caso da Suprema Corte não julga o vazamento de informações no WikiLeaks. “O culpado é quem escreveu [a diplomacia americana], não quem divulgou as bobagens”, disse Lula durante um evento.
Julian Assange será extraditado do Reino Unido, decide justiça