Você lembra o que estava fazendo quando tinha 11 anos? Provavelmente não era nada parecido com as preocupações de Lily Born. Ao perceber que o avô, que sofre de mal de Parkinson, estava com dificuldades em não derrubar as bebidas do seu copo, ela se dispôs a montar um plano para ajuda-lo com essa tarefa do cotidiano. A ideia de Lily? Adicionar perninhas nos copos.
A princípio, ela fez isso usando plástico maleável e adaptando copos e canecas da própria casa. Mas a ideia deu tão certo que ela apostou em um financiamento coletivo para fabricar versões em porcelana das chamadas Kangoroo Cups. O projeto foi um sucesso, exceto por um detalhe: porcelana quebra.
Para alguém que tem dificuldades motoras, sejam crianças ou adultos com alguma deficiência, não é exatamente seguro (e nem prático) ter uma caneca que quebra com certa facilidade. Insatisfeita com esse retorno dos seus consumidores, Lily decidiu melhorar o projeto, lançando uma versão inquebrável das mesmas canecas Kangoroo.
O resultado são canecas plásticas, com uma base levemente elevada para evitar a necessidade de apoios de copo, e que podem ser usadas em superfícies irregulares, já que os três apoios evitam que o recipiente seja virado. A nova versão também ajuda a economizar espaço na cozinha, já que as canecas são facilmente empilháveis.
O kit com 4 canecas custa 25 dólares no Kickstarter, e é apresentado nas versões transparente com perninhas coloridas ou multicoloridas. Pelo dobro do preço, dá para adquirir também uma versão especial, feita nas cores preta e verde, em homenagem à própria plataforma de financiamento, o Kickstarter.
Mas o mais bacana mesmo não é ver a ideia de uma garotinha de 11 anos virar realidade. O legal é ver como uma ferramenta como o Kickstarter pode fazê-la se sentir útil, se perceber como uma empreendedora e se orgulhar disso. Ela até deixa um recado para quem andou falhando nas suas últimas empreitadas: “Não se desespere se algo der errado, porque você vai errar muito até que consiga acertar. Ah, e também não tenha medo de pedir ajuda. Não importa quão boa sua ideia é, existem várias pessoas mais velhas que podem ajuda-lo com ela. Na maioria das vezes, eles ficarão super felizes de ajuda-lo, a não ser que seja algo muito caro”, aconselha a jovem empreendedora.
Para o pai de Lily, o maior prêmio foi ver que o Kickstarter ajudou a ideia da filha a ser reconhecida, o que não havia acontecido na sua escola. “Se não fosse pelo crowdfunding, ela ainda estaria me perguntando ‘No que eu sou boa’?”, contou ele, em entrevista ao FastCoDesign.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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