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Laptops com touchscreen: o que é ótimo, e que não é


Nós entramos oficialmente na era dos laptops touchscreen. Jeff Atwood, do Coding Horror, analisa os primeiros do tipo a chegarem ao mercado, e quais direções eles podem seguir no futuro.

Estou um pouco envergonhado em admitir o quanto eu gosto do Surface RT. Eu não esperava muito quando eu o comprei, mas depois de um dia de uso, percebi que este era mais do que Só Mais Outro Gadget. Ele pode representar um admirável mundo novo para o design de laptops. Como não amar um laptop que permite a você tocar Zardoz para desbloqueá-lo?

(Vou deixar você imaginar os gestos particulares de desbloqueio que eu escolhi. Boa sorte em hackear essa senha, Mitnick!)

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Eu tenho um ultrabook do qual eu gosto, mas quanto mais eu usei o Surface, mais obsoleto ele parecia, porque eu não podia tocar nada na tela. Para mim, as interações de toque no Surface eram altamente complementares ao teclado. Muito mais do que eu jamais teria acreditado, porque eu vivi o terror que foi a computação com canetas. Se você requer precisão, você alterna para o mouse ou touchpad – mas dado o aumento da prevalência de apps e páginas da web com design amigável ao toque, isso não acontece tão frequentemente quanto você pensa. Tablets estão vendendo como água, e cada dia o mundo se torna um lugar mais amigável ao toque, com apps mais simples que mais pessoas possam entender e usar em tablets básicos. Isso é uma coisa boa. Mas isso também significa que é só uma questão de tempo até que todos os laptops precisem ser laptops sensíveis ao toque.

Eu fiquei bastante obcecado encantado com este conceito de laptop sensível ao toque. Eu usei muito o Surface desde então. Eu tenho dois Surfaces, incluindo a Touch Cover e a Type Cover. Eu também impulsivamente gastei em um Lenovo Yoga 13, que tem um formato mais tradicional de laptop.

Uma das críticas principais ao Surface RT é que, como ele é um dispositivo com Tegra 3 baseado em ARM, ele não roda aplicativos x86 tradicionais. É provavelmente por isso que ele vem com uma versão embarcada do Office 2013. Bem, o Yoga 13 resolve essa questão, porque é uma máquina com Core i5 Ivy Bridge. Mas há um custo em ter esta compatibilidade x86:

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A comparação do tamanho não é inteiramente justa, uma vez que o Yoga é um dispositivo de 13,3″, enquanto o Surface tem 10,6″ de tela. Mas o Surface Pro tem componentes x86, e embora seja o mais idêntico ao Surface RT quanto a Microsoft poderia fazer, ele ainda é 44% maior e 33% mais pesado. O chip “Intel inside” tem um custo em peso, duração de bateria e tamanho.

Você ganha algo por esse preço, no entanto: a compatibilidade com a vasta biblioteca de aplicativos x86, além de velocidade. O Yoga 13 é absurdamente rápido se comparado a tablets. Sua pontuação SunSpider é de aproximadamente 150 ms, em comparação com o meu iPad 4 a 738 ms, e o Surface RT em 1.036 ms. Cinco horas de duração da bateria talvez não pareça um tradeoff tão ruim por seis vezes do desempenho.

Eu gosto muito do Yoga 13, e ele vem recebendo reviews merecidamente positivos. Alguns reviews acham que ele é o melhor laptop com Windows 8 disponível no momento. É um bom substituto para meu ultrabook, e depois que você corrigir o particionamento de disco padrão, raspar os adesivos dele, e desinstalar o pouco crapware que vem pré-instalado, ele fica eminentemente recomendável. Você também pode facilmente atualizá-lo de 4 GB para 8 GB de memória RAM por cerca de US$ 40.

Mas há alguns aspectos práticos sobre o uso de um laptop sensível ao toque, coisas sutis que ainda não tinham ocorrido a mim, até que eu me sentei e o usei por algumas horas, que me incomodaram:

1. A tela se move quando você a toca. Talvez eu tenha a força do Hulk no dedo, mas tocar uma tela fina de laptop tende a fazê-la saltar um pouco para trás. Isso é… exatamente o que você não quer em um dispositivo sensível ao toque. Eu começo a entender porque o Surface escolheu seu design “tela grossa, teclado fino” em vez do tradicional “tela fina, teclado grosso” de um laptop. Você precisa da inércia no lado que você toca. A física de tocar uma tela fina e articulada de laptop nunca será particularmente ótima. Sim, no Yoga eu posso colocar a tela atrás do teclado, ou mesmo deixá-la em pé com o laptop dobrado – mas isso não permite usar o teclado, que é a maior vantagem de um laptop com touchscreen! Se eu quisesse um tablet sem teclado, eu usaria um dos quatro tablets que eu já tenho em casa. E o cara do UPS acaba de me entregar meu Nexus 10.

2. Um touchpad gigante deixa a área do teclado muito grande. Em um laptop típico, um touchpad tamanho Texas faz sentido. Em um laptop sensível ao toque, touchpads gigantes são problemáticos porque empurram a tela ainda mais longe de sua mão. Isso pode parecer trivial, mas não é. Um touchpad ginormous faz com que cada interação de toque fique fatigante demais. Eu agora vejo por que o Surface optou por um touchpad minúsculo na capa. Um touchpad deve ser um método de último recurso em um laptop de toque, porque o toque é mais conveniente, e se você precisar de um trabalho de precisão de verdade, você vai ligar um mouse. Eu mencionei como é conveniente ter dispositivos que aceitam mouse USB, teclados, drives e assim por diante? Porque é, mesmo.

3. Widescreen é bom para teclados, mas difícil para tablets. Um teclado utilizável exige uma determinada largura mínima, de modo que se preferem telas widescreen; todos os laptops sensíveis ao toque vão ser widescreen, por definição. Você começa a sua escolha entre ultra largo, ou ultra alto. O modo de paisagem padrão funciona muito bem, mas girar o dispositivo e usá-lo em modo retrato o torna super alto. Em um dispositivo de tela panorâmica, a orientação retrato torna-se um nicho estreito e altamente especializado. É também muito ruim em dispositivos de baixa resolução: nem o Surface RT de 1366 × 768, nem o Yoga 13 de 1600 × 900 realmente oferecem pixels suficientes no lado estreito para se tornarem utilizáveis no modo retrato. Você precisa de um dispositivo realmente Retina para fazer o trabalho de retrato em widescreen. Eu comecei a ver por que o iPad tem um display 4:3 e não um formato 16:9 ou 16:10, porque esse arranjo é mais flexível em um tablet. Eu frequentemente uso o meu iPad 4 nas duas orientações, mas o Yoga e o Surface são úteis apenas em modo paisagem, exceto sob a mais rara das circunstâncias.

4. Cerca de 11 polegadas podem ser o tamanho máximo prático para um tablet. Como muitos observadores, eu tenho me divertido com a corrida para produzir a maior tela possível para smartphones, resultando em phablets de 5″ que são aparentemente bastante populares. Mas você também vai notar que mesmo os fãs mais ardorosos da Apple parecem sentir que o iPad mini de 7,85″ tem um tamanho inerentemente superior ao iPad de 10″. Eu acho que ambos os grupos estão fundamentalmente corretos: para uma série de usos, o smartphone de 3,5″realmente é muito pequeno, e os tablets de 10″ realmente são muito grandes. Como um corolário disso, eu diria que qualquer coisa maior do que os 10,6″ de Surface é muito grande para se usar como um tablet. Tentar usar o Yoga de 13,3″ como um tablet é incrivelmente difícil, principalmente por causa do tamanho. Mesmo se o peso e volume foram empurrados para níveis de Minority Report, eu não tenho certeza se gostaria de ter um tablet de 13,3″ no meu colo ou em minhas mãos. Deve haver uma razão para o papel tamanho carta ser 8 ½ × 11″, certo?

5. Computação durante todo o dia, ou 10 horas de vida da bateria. Quanto mais gadgets eu tenho, mais eu começo a apreciar aqueles que eu possa usar por 8 a 10 horas antes de precisar carregá-los. Há verdadeiramente algo um pouco mágico sobre esse número de 10 horas de vida de bateria, e agora eu posso entender por que a Apple parecia mirar em 9-10 horas de vida útil da bateria desde o primeiro iPad e iPhone. A vida da bateria de 4 a 6 horas não é nada desprezível, mas… eu sinto ansiedade em ter o carregador por perto, se eu carreguei recentemente ou não, e eu me preocupo com o brilho da tela e outras técnicas de maximização de bateria. Quando eu posso usá-los com segurança por 8 a 10 horas, eu acho que mesmo se eu usar muito o aparelho – tanto quanto qualquer ser humano razoavelmente poderia, em um único dia – eu ainda vou seguramente fazer isso e eu posso colocá-lo em um carregador antes de eu ir para a cama.

Para ver como o modo retrato é extremo em um tablet widescreen, veja você mesmo:

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Isso não é específico para laptops sensíveis ao toque: é uma preocupação para todos os dispositivos com tela panorâmica. Eu tenho o mesmo problema com o iPhone 5 mais alto. Como agora eu tenho que escolher entre variedade de super largo ou super alto, ele é um dispositivo menos flexível na prática.

O Yoga 13, se representa a nova onda de laptops com Windows 8, é uma vitória clara, mesmo se você não tem intenção de nunca tocar sua tela:

• ele inicia incrivelmente rápido, em poucos segundos.
• Ela acorda e dorme incrivelmente rápido, quase instantaneamente.
• O display é um modelo IPS de alta qualidade.
• Uma tela giratória oferece uma série de modos úteis: apresentação, tablet (gigante), laptop padrão.
• Touchpad e teclado funcionam bem; pelo menos, eles não são piores do que o típico laptop para mim.
• A perspectiva de usar o Windows 8 assusta e perturba você? Não se preocupe, tecle Windows + D no seu teclado imediatamente após a inicialização, e finja que você está usando o Windows 7.5. Pronto.

Ele é um laptop agradável. Você poderia fazer muito pior, e muitos fizeram. No fim, o Yoga 13 é apenas um laptop agradável com uma touchscreen. Mas quanto mais eu usei o Yoga, mais eu apreciei as escolhas de design sutis de Surface, que o tornam um laptop touch muito melhor. Eu percebia o quanto eu gostava de usar o Surface como o ideal platônico do que laptops touch deveriam ser.

Sim, é uma chatice que o Surface disponível atualmente seja apenas o baseado em ARM, que não executa quaisquer aplicativos tradicionais do Windows. É fácil olhar para o desempenho x86 do Yoga 13 e assumir que o Windows em ARM é um retrocesso, e de forma compreensível. Mas eu estou imensamente impressionado com o Tegra 3 que roda tanto no Surface RT como no Nexus 7. Os próximos lançamentos Tegra prometem 75 vezes o desempenho do Tegra 2 em 2014. Eu não consigo determinar quão mais rápido o Tegra 3 é em relação ao Tegra 2, mas mesmo que seja “apenas” 10 vezes mais rápido em 2014, isso é… incrível.

Eu acho que estamos começando a descobrir as fronteiras de um mundo onde a falta de compatibilidade x86 já não é o beijo da morte que costumava ser. Ainda assim, eu não culpo ninguém por esperar pelo Surface Pro. Um laptop com alto desempenho e touchscreen Full-HD no formato do Surface que roda todos os aplicativos x86 você pode imaginar é uma combinação potente… mesmo que seja 44% maior e 33% mais pesado.


d screen shot    at    pmCoding Horror é operado por Jeff Atwood, conhecido por ter criado o Stack Overflow. O blog é seu repositório pessoal de bits interessantes de informação acumuladas enquanto ele se atualiza em desenvolvimento de software.

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