A venda de livros digitais existe há anos no Brasil, mas apenas nesta semana tivemos a estreia de duas grandes empresas no setor: Amazon e Google. Isso deve ter gerado uma enorme pressão nas empresas que vendem livros impressos: a Associação Nacional de Livrarias (ANL) divulgou uma carta aberta sugerindo regras para proteger o negócio das livrarias brasileiras.
A associação propõe quatro regras: livros digitais só poderão ser vendidos 120 dias após o lançamento do livro impresso; editoras precisam praticar o mesmo desconto de revenda de e-books para todas as livrarias; não poderá haver mais que 30% de diferença nos preços entre livros impressos e digitais; e os e-books não poderão ter mais que 5% de desconto.
O vice-presidente da ANL, Augusto Kater, defende o intervalo de 120 dias dizendo que, na indústria cinematográfica, o filme é exibido primeiro nos cinemas e só depois começa a ser vendido, o que não está acontecendo no mercado de livros, onde as editoras fazem pré-lançamentos de livros digitais.
Só que essa comparação pode ser feita de outra forma: há intervalo de tempo entre o lançamento da mídia física de um filme (DVD ou Blu-ray) e do aluguel digital? Até onde eu sei, não. O mesmo acontece na indústria fonográfica: no dia da estreia de um novo CD, as músicas já começam a ser vendidas em lojas como o iTunes e ficam disponíveis até mesmo em serviços de streaming, como Rdio e Spotify.