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Um casal já partilha muitas coisas: o teto, o dinheiro, os planos… Por que não o comando da empresa? Apesar de ser uma ideia tentadora, virar sócio do cônjuge é uma estratégia arriscada, aponta a consultora Lindsey Donner em sua coluna no site The Young Entrepreneur Council. “Os dois põem em jogo suas finanças, sua sanidade mental, seu fundo de aposentadoria e sua felicidade pessoal”, afirma.
Ela mesma já testou a estratégia. Menos de um ano após o casamento, ela e o marido abriram a consultoria Well Versed Creative, em 2009. “É muito fácil confundir a fronteira entre o trabalho e a vida pessoal. Mas, quando abri a empresa, sabia bem onde estava me metendo”, comenta. “Quer dizer, eu achava que sabia.”
Para não arruinar a empresa e o casamento, ela propõe que o casal se faça uma reflexão baseada em cinco perguntas:
1 – Quem vai mandar em quê?
Os dois concordam em ser cofundadores da empresa e dividir as responsabilidades, os lucros e as perdas. Mas, se vocês trabalham bem juntos, é porque provavelmente têm pontos fortes diferentes, então usem isso como um trunfo. Trabalhei com um casal em que um sempre contradizia as instruções do outro perante a equipe. Isso acaba com o negócio. Trace um plano e coloque no papel as descrições do cargo de cada um.
2 – Estamos preparados para trabalhar juntos?
Um negócio de sucesso não começa com boas intenções, e sim com uma grande ideia e um bom plano de negócios. Se seu companheiro é a pessoa perfeita para aquela vaga estratégica de executivo que está em aberto, ótimo. Mas pare para pensar em como vocês reagem a crises pessoais. Se tiveram grandes brigas sobre as contas ou sobre os riscos de algumas decisões, esses serão os temas de suas discussões no negócio. E, quando isso acontecer, nenhum dos dois vai ter um esposo confidente para reclamar do trabalho.
3 – Conseguimos dividir essa responsabilidade?
Você acorda e lá está o seu parceiro. A intimidade espirra nas disputas de trabalho. É preciso traçar limites. Apesar de os ânimos se agitarem durante o dia, à noite vocês terão de dormir juntos. Metade dos casais que conheço não tem conta-corrente conjunta nem contribui igualmente nas contas da casa, imagine investir tudo o que têm em um negócio.
4 – Que riscos financeiros estamos dispostos a correr?
O casal que deixa os empregos para se dedicar totalmente ao negócio corre o risco de quebrar juntos. E o que acontece com os filhos, a casa, os pais? Seu futuro financeiro está em jogo, e criar um plano pode ser desconfortável, já que envolve fazer contratos de parceria civil ou comunhão de bens. Cada um consegue definir quanto dinheiro colocou no negócio? E o que vocês vão fazer se um dos dois quiser sair da empresa? Vai ser necessário tomar essas decisões, então definam, desde o início, uma estratégia de saída da empresa.
5 – O que é mais importante: o casamento ou o negócio?
Dica: a resposta não é “Nós nunca vamos chegar a esse ponto”. Provavelmente vão. Quando as coisas ficam difíceis – vocês enfrentam um processo ou flertam com a falência –, qual das duas relações vai primeiro por água abaixo? Eu e meu marido acabamos de decidir que, se precisarmos fechar as portas para recuperar a sanidade e manter o nosso casamento, é isso que vamos fazer. Outros casais, especialmente os que têm papéis bem separados no negócio, podem escolher o contrário ou até decidir que o negócio continuará mesmo se o casamento acabar. Se a empresa é sua única fonte de renda, essa pode ser a única escolha. Vocês conseguem lidar com essa possibilidade?