O rumor já circulava no jornalismo de games há alguns dias, e foi confirmado nesta segunda-feira: a Microsoft arrematou a compra da Mojang e do Minecraft, em um acordo avaliado em 2,5 bilhões de dólares.
Atualmente considerado como o jogo mais popular do Xbox, com mais de 2 bilhões de horas jogadas, colecionando mais de 100 milhões de downloads para PC e frequentemente no topo da App Store e da Play Store, o Minecraft é um sucesso, e uma ótima aquisição para a Microsoft. Por enquanto, ficou decidido que boa parte dos funcionários da Mojang vão se tornar funcionários da Microsoft Studios, mas os fundadores Markus ‘Notch’ Persson, Carl Manneh e Jakbok Porser irão deixar a empresa assim que a negociação for concluída.
Em seu blog pessoal, ‘Notch’ revela que parte da decisão de deixar a empresa é por conta de trollagens que ele vinha sofrendo nos últimos anos. “Eu não me vejo como um verdadeiro desenvolvedor de games. Eu faço jogos porque isso é divertido, e porque eu amo games e amo programar, mas eu não faço os jogos com a intenção de fazê-los se tornarem sucesso”, confessou ele no início do seu texto, que segue relatando os problemas que ele enfrentou por conta da sua fama dentro do mundo dos games.
“Eu fiquei em casa por algumas semanas, por conta de um resfriado forte, quando a internet explodiu em ódio contra mim sobre uma situação em que eu não estava envolvido”, explicou sobre os bastidores de um tuíte em que ele oferecia suas ações para algum interessado.
Em seu blog pessoal, ‘Notch’ revela que parte da decisão de deixar a empresa é por conta de trollagens que ele vinha sofrendo nos últimos anos.
Anyone want to buy my share of Mojang so I can move on with my life? Getting hate for trying to do the right thing is not my gig.
— Markus Persson (@notch) June 17, 2014
Segundo seu relato, ele parece ter reconhecido similaridades entre a trollagem a que ele estava sendo exposto e a que teria sido feita contra Phil Fish ao assistir o vídeo “This is Phil Fish”, que retrata a crueldade com que a ‘audiência’ é capaz de tratar um famoso da web, transformando a vida de alguém ‘normal’ em um verdadeiro inferno virtual. A história do colega desenvolvedor de games parece ter funcionado como um alerta para Notch, que decidiu ‘tomar as rédeas’ da situação’. Para alguém que recentemente foi responsável pelo game reflexivo “se afogando em problemas”, Notch parece ter encontrado na venda da empresa para a Microsoft uma forma de evitar a submersão completa nessa indesejada fama cibernética, sem deixar de manter a comunidade dos seus games bem atendida.
“Eu me tornei um símbolo. Eu não quero ser um símbolo, responsável por algo tão grande que eu não compreendo, que eu não quero trabalhar com, e que continua me perseguindo. Eu não sou um empreendedor. Eu não sou um CEO. Eu sou um nerd de programação de computadores que gosta de dar a sua opinião no Twitter”, desabafa, antes de esclarecer que assim que o acordo com a Microsoft for formalizado, ele deixará a empresa e voltará a se dedicar a pequenos e empolgantes projetos.
“Considerando que minha imagem pública já não anda muito bem, eu não espero sair ileso de comentários negativos, mas pelo menos agora eu não vou me sentir obrigado a lê-los”, esclareceu ele.
“[Essa decisão de vender a empresa e sair dela] não é sobre dinheiro. É sobre a minha sanidade”
Pelo que parece, o fator bullying digital foi bem decisivo na venda da empresa e no abandono dela pelos seus fundadores. A aquisição ainda precisará passar pela aprovação de órgãos regulatórios, como ocorre normalmente nesse tipo de transação, e acredita-se que o processo seja concluído antes do fim deste ano.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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