O Facebook comprou o Instagram em abril de 2012 por um bilhão de dólares E desde então o aplicativo não sofreu muito com isso. Dia desses ganhou uma interface mais bacaninha, outro filtro inútil e tchans. Mas esta semana, o império do Zuckerberg desferiu um golpe mortal na rede de compartilhamento de imagens mais popular do mundo. Numa mudança de Termos de Serviço basicamente diz:
“O direito de uso de todas imagens que você produzir e uploadear no Instagram são nossos. E mesmo o direito de imagem de pessoas que você fotografar são nossos. E foda-se se você é menor de idade, qualquer coisa é nossa. E a gente faz o que bem entender com essas imagens. Não gostou? Você tem até o dia 16 de janeiro para deletar sua conta, queridinho.”
O que aconteceu? Óbvio que a galera se revoltou. Quem quer ver ser filho lindo parar de graça num anúncio de laxante infantil? Aquela foto da sua lua-de-mel no Caribe virar panfleto de agência de viagem? Sua própria foto virar o ANTES de um comercial de clínica de emagrecimento?
Isso que eu tou pegando os exemplos corriqueiros, porque tem um monte de filho-da-puta acha que você não deve reclamar, que é mimimi, falta de louça para lavar.
Acontece que tem muitos artistas fodões que usam o Instagram para compartilhar seu trabalho. São fotógrafos, ilustradores, pintores, designers e tchums que usam o aplicativo para mostrar o trampo. Alguém acha justo que o Facebook chegue e diga: “olha, queridinho… usou meeeeeeu aplicativo, o trabalho é meu, tá?”?
Grosseiramente, seria como se a Adobe reclamasse os direitos de tudo que foi produzido pelo Photoshop e Illustrator. O que a Microsoft achasse que se for escrito no Word o livro é dela.
E isso que nem estamos falando de coisas como dados pessoais, checkins, essas coisas que a gente anda acostumado em usar como moeda de troca com as ~redes sociais~.
E aí que fazemos?
Fácil: paremos de usar o Instagram.
Existem várias maneiras de baixar todas as suas preciosas imagens (aqui tem uma lista com 4 delas) e maioria está com pau por conta do excesso de usuários. Tem um monte de pessoas fechando as suas contas e isso tá derrubando os servers. Seja mais uma dessas pessoas, boa sorte. Se você tiver as manhas, o IFTTT tem esse atalho aqui.
Não consegue viver longe de redes de compartilhamento de imagens? Usa o Starmatic. É novo, a interface é ótima, os filtros bacanas. A mesmíssima coisas só que sem paunocuzice. E tem pra Android, antes que perguntem.
Não vamos esquecer dos aplicativos como Hipstamatic e Camera+ que nasceram como editores de foto e evoluíram para se integrar melhor a redes sociais. O próprio conceito do Instagram é de filho bastardo de Hipstamatic com o Twitter. E por falar nele, o próprio Twitter adicionou filtro às suas fotos para satisfazer a filtromania que impera.
Agora vamos a parte que interessa: voltemos pro Flickr! O Flickr sempre nos amou, sempre respeitou nossos direitos autorais. Dava pra por (c) ou usar o Creative Commons desde sempre! E sabe o que é mais daora ainda? Se quiserem comprar uma foto sua, o Flickr e o Getty Images se associaram para que isso possa acontecer. Ou seja: o dinheiro vai para o seu bolso também.
Sem falar que a nova app do Flickr para iPhone & Android é linda, deixa ela entrar. Ah, e agora tem filtros!
Flickr, amor eterno, amor verdadeiro. Quem quiser me seguir lá é só clicar aqui, mas não espere ver foto de comida, de espelho no elevador e talz. Lá é só ilustração.
Quanto ao Instagram, assim que o Instaport.me ficar bom, vou deletar. Cansei dessa putaria. Se bobear o Facebook é o próximo. Eu sei que there is no free lunch (a conta do Flickr Pro é paga), mas dessa vez prefiro não almoçar.
Cedo ou tarde, o Instagram+Facebook muda de ideia e volta atrás (aconteceu algo parecido com o Pinterest). Mas aí é tipo aquela ex-namorada (ou ex-namorado) que te traiu, passou gonorreia e agora tá toda boazinha dizendo que tudo não passou de uma fase.
Quem decide se acredita e aceita ela de volta é você.