Relatos de empresárias inscritas no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios mostram perfil feminino mais qualificado
O perfil das empresárias de sucesso – que há dez anos vêm sendo reconhecidas pelo Prêmio Sebrae Mulher de Negócios – já não é o mais mesmo. Além das histórias de superação, que marcavam os relatos das participantes há uma década, atualmente as empreendedoras que disputam a premiação apresentam novas características do empreendedorismo feminino, pautado na inovação e no acesso a outros mercados. A postura confirma os números revelados pela pesquisa divulgada peloSebrae, a Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2013, em que 66% das mulheres iniciam uma empresa após identificarem uma oportunidade de mercado.
Esse é o caso de empresárias como Sandra Matunoshita, Regina Célia de Oliveira e Thaís Fernandes, finalistas da premiação. Após identificar a falta de produtos para prevenção de doenças alérgicas, em Marília, São Paulo, Sandra viu uma oportunidade de negócio e abriu a SOS Alergia. Já a designer Thais Fernandes de Araújo criou um dos primeiros sites brasileiros especializados em presentes criativos e diferentes no mercado de João Pessoa (PB).
A microempreendedora individual Regina Célia de Oliveira, por sua vez, conseguiu montar uma empresa ambientalmente responsável e, ao mesmo tempo, servir de exemplo para a comunidade de Olaria, onde mora, em Vila Velha (ES). Ela reaproveitou materiais como óleo de cozinha, caixas de leite e garrafas pet para a fabricação de sabão líquido e conseguiu faturar alto sem comprometer o meio ambiente.
“As mulheres não empreendem mais para complementar a renda da família ou por passatempo. Conseguem identificar uma oportunidade de mercado e transformá-la em um negócio rentável”, destaca Luiz Barretto, presidente do Sebrae. É dessa forma que histórias de microempreendedoras individuais (MEI), donas de pequenos negócios e produtoras rurais reconhecidas pelo Prêmio Sebrae Mulher de Negócios estão conquistando, a cada ano, maior espaço no mercado.
As empreendedoras têm se destacado e superado as dificuldades da gestão, principalmente, pelo investimento em qualificação. “Ao longo dos últimos anos de premiação, as candidatas se mostram cada vez mais maduras e preocupadas em adotar práticas de gestão que garantem a perenidade do negócio. Elas estão investindo mais em capacitação, gestão de pessoas e no relacionamento com o cliente, bem como estão mais atentas às questões de responsabilidade social. Aspectos fundamentais para que essas empresas prosperem”, afirma Francisco Teixeira, coordenador de Projetos da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).