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NÓS NÃO QUEREMOS FULECAR!


fbcd por ElisMonteiro

 

Fulecar.

Direto do dicionário Aulete, o significado é “perder todo o dinheiro que se leva, ao jogo”.

Parece brincadeira, mas tal verbo remete ao nome do mascote da Copa do Mundo de 2014, que por acaso será no Brasil. O bichinho é lindo e sua representação gráfica, para lá de simpática. Mas o nome, Fuleco (!), soa não só como palavrão, mas como provocação. Por que um tatu-bola, cujo nome e formato têm tudo a ver com o tema em questão, precisava ser batizado de… F.U.L.E.C.O., palavra tão à beira do precipício do vernáculo?

Mais: por que este nome chegou a ser cogitado, julgado e, pior, escolhido? E ainda: não poderiam os brasileiros ter participado dessa escolha, usando a mais democrática das ferramentas (a internet, dona Fifa, a internet!)?

Pois aqui entra uma história de omissão e descaso que mostra bem como muitas instituições ainda não perceberam o poder da mobilização popular.

Assim que foram anunciados os três nomes finalistas para “votação popular” – Amijubi (amizade + júbilo), Zuzeco (azul + ecologia) e Fuleco (futebol + ecologia) – em setembro, a indignação pipocou aqui e acolá. Nas redes sociais, o estranhamento se fazia ouvir. Pior que três opções catastróficas, no entanto, foi o surgimento destas assim, do nada. De onde vieram as opções? Por que tais nomes foram “escolhidos”? E se foram selecionados, por quem? Quando?  De que mentes partiram tais pérolas?

fbcd meunome eh fuleco

Uma pesquisa simples levava aos nomes dos jurados – Arlindo Cruz, Fernanda Santos, Bebeto, Thalita Rebouças e Roberto Dualibi – que elegeram os três finalistas. A lista de opções que receberam, disse a Fifa em algum momento, tinha passado pelo crivo de sua área jurídica, uma peneira que buscava termos e/ou palavras que nunca tenham sido usadas anteriormente, condição (compreensível) para registro de um nome que será explorado comercialmente à exaustão.

Ok, não somos todos tão radicais a ponto de achar que ninguém vai ganhar dinheiro e que o tatu vai virar celebridade apenas pelo seu casco charmoso. Sabemos que sempre há interessados e os cifrões fazem parte da história. O problema é que não combinaram com os donos do mascote: nós! É como se registrassem um filho nosso com um nome esdrúxulo e nos obrigassem a chamá-lo assim. Ou o tatu deixou de ser de todo mundo e agora pertence apenas aos patrocinadores? Mal o conhecemos e o tatu já deixou de ser nosso! Roubaram o nosso tatu!

Também sabemos que o nome não poderia simplesmente ser TATU-BOLA porque este não pode ser registrado. Mas cá entre nós: somos brasileiros, criativos à beça, e com certeza até uma criança de um ano, aprendendo a falar e balbuciando, poderia ter uma ideia melhor que os três ajuntamentos de nada com coisa nenhuma.

O negócio é que não quiseram nos ouvir, em momento algum. Nem na formulação do tal concurso, nem na escolha dos finalistas, muito menos na decisão final. Todos os três nomes foram rejeitados pelo público, e não estamos falando apenas do “frequentador de redes sociais”, esse sujeito que, afinal, só existe no ciberespaço. (Sim, é o que eles pensam).

Mas não é assim. Quando os três nomes furrecos (oooooops, escapuliu) foram anunciados, criei um abaixo-assinado pedindo que a Fifa e o comitê organizador local da Copa dessem uma chance ao público de participar da escolha. Que criassem uma categoria “voto popular” ou aceitassem uma quarta sugestão do povo.

Quase 40 mil pessoas assinaram a petição na Avaaz. A Fifa foi avisada; o comitê organizador local também. A única resposta foi um press release, o mesmo que mandaram para toda a imprensa. Receberam todas as assinaturas, o grito foi compartilhado milhares e milhares de vezes e toda a mídia repercutiu o pedido, inclusive aquela que chamam de tradicional.

Você quis dialogar ou agiu como déspota não esclarecido? Qual você acha que foi a atitude da Fifa?

 

Fuleco, golpe de mestre da FIFA. Humoristas ficaram sem piada porque ela veio pronta

— Marcelo Tas (@MarceloTas) November 26, 2012

 
No dia 25 de novembro, durante um programa jornalístico, foi anunciado o grande vencedor do “concurso”: Fuleco! Virou hashtag e já está sendo usado como sinônimo de “porcaria” e coisas bem piores. E o pobre tatu? (sem rimas, por favor).

Vivemos na era da informação e da construção coletiva do conhecimento, que está abalando as estruturas das organizações e as obrigando a mudar de atitude: a serem mais transparentes; a admitir que erram; a aprender.

Há uma parcela (grande e ruidosa) da população inteiramente conectada, que está em contato direto com a informação e que influencia outra parcela da população que consome tal informação. É o que se costuma chamar de “formadores de opinião”. Com essa tal de internet, tais agentes ganharam uma ferramenta, já que a tarefa de formar as tais opiniões já existia.

O problema, dona Fifa, é que a senhora chateou um bocado os tais “formadores de opinião”. Que se já têm opinião formada sobre tudo, agora xingam o pobre tatu-bola de propósito. Por sua culpa. Porque a senhora (com todo o respeito que lhe devemos) assim o quis.
 

quem acha que FULECO é nome de traficante dá RT

— instagranzin (@instagranzin) November 27, 2012

 
Não se constrói algo sem pesquisar, analisar e avaliar o impacto. Normalmente, isso é feito antes de lançar um produto – faz parte do projeto (ou o tatu não merece um?). Quando o produto é rejeitado logo de cara, alguma coisa está errada. Quando pode ser corrigido, ótimo!

E quando estamos vendo o estrago acontecer e milhares oferecem consultoria de graça para tal produto e, mesmo assim, o dono prefere… forçá-lo goela abaixo? Será que tinha que ser assim, dona Fifa? Será que a Copa do Mundo precisa dessa mácula em seu currículo? Sim, o mascote é o começo de uma série de produtos que passarão a fazer parte das nossas vidas e das vidas dos nossos filhos.

E eu não quero que o meu filho saia fulecando por aí (oooooppppss).

Dona Fifa, que coisa feia… o Fuleco (ou furreco ou furico) poderia ter nascido lindo (como é!), ter sido batizado por todos nós e recebido de braços abertos. Ele não precisava virar verbo.

 

 

 

 

a bola é cafusa o mascote é o fuleco e eu mesma nao me sinto muito bem !!

— opintinho.com.br (@alechandracomix) December 1, 2012

Hoje eu vou beber até chamar tatu de fuleco

— MussumAlive (@MussumAlive) November 26, 2012

Pega a CAFUSA e enfia no FULECO! #Amem.

— Jesus (@FilhoDoOCriador) December 1, 2012

os estadios n tão prontos o design da camisa é feio o mascote é o “””fuleco””” a bola é “””cafusa””” e ainda querem que eu torça pro brasil

— Moça Complicada (@DoceComplicada) December 1, 2012

“ta chorando pq?” “não achei meu nome na latinha de coca-cola” “e como vce chama?” “FULECO” @fuieco

— Helio Junior (@HelioJuniorMelo) November 26, 2012

Quando eu escuto o nome “fuleco” eu ja imagino um cachorro vira-lata que mora em uma borracharia

— Chuchu beterraba 🙂 (@rafawestside) December 1, 2012

Em meio a represálias, Fifa contrata 10 bonecões de Olinda para fazer a segurança do mascote Fuleco.

— Saca-Rolha(@jornalsacarolha) November 26, 2012

Amijubi, Fuleco ou Zuzeco?! Mesmo em extinção, se eu fosse Tatu-Bola, com qualquer um desses nomes, eu me matava.

— Marcius Melhem (@omarciusmelhem) September 17, 2012

Quando o Fuleco fizer 18 anos vai pedir pra trocar o nome pra Uéslinton.

— tati bernardi (@tati_bernardi) November 26, 2012

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